Temos que observar da clínica e repetidamente o que se chama “dependência emocional”.

Este fenômeno é observado e é mais evidente nas mulheres do que nos homens, embora também ocorra, sem dúvida, entre eles. Por outro lado, é preciso esclarecer que esta dependência e codependência não só acontece ou se manifesta nos relacionamentos, mas sim, com frequência, nas relações familiares e de amizade.

A dependência emocional faz com que a pessoa sinta o outro como uma referência total e absoluta. Ela se sente incapaz de administrar seus próprios projetos, sonhos, empreendimentos e relações interpessoais, sem contar com a companhia ou aprovação do outro.

Não é fácil detectar esta situação e geralmente o reconhecimento se dá quando a relação termina.

Para que este tipo de relação se desenvolva, em geral, de um lado existe uma pessoa com a autoestima bastante fragilizada e, do outro, um abusador com características narcisistas, que ao detectar esta situação, usa a seu favor. Hoje em dia são chamadas relações tóxicas.

É também reconhecida como um “vício” pelo outro, no qual se vive com falta de força e liberdade, indiferença, insegurança, ansiedade, angústia e depressão. Como todo vício, deve ser tratado como tal e cortá-lo pela raiz.

Contudo, a experiência nos mostra que essa batalha não é fácil. A pessoa tenta romper a relação, mas não consegue.

A partir daí, inicia-se uma dinâmica de sofridas e tortuosas idas e vindas, marcadas por falta de fé, desesperança e um elevado grau de medo e pavor.

E como fazemos? Como saímos desse círculo vicioso?

Talvez afastar-se, manter distância. Talvez trabalhar melhor nossas forças e virtudes. Para logo olhar cuidadosamente para dentro de nós, reconhecendo e resgatando dali um ser humano livre e iluminado em crescente evolução, que nos põe a prova e nos ajuda a avançar em direção a esse futuro tão almejado e que, em grande parte, depende de nós.


Traduzido do espanhol por Débora Olimpio / Revisado por Tatiana Elizabeth