NOTA PRETA

Por Mauro Vianna

As cenas literária e musical do Brasil estão em festa.  O “Dicionário Ilustrado de Ritmos e Instrumentos de Percussão” tocou a sensibilidade dos mais exigentes críticos e pesquisadores. Acompanhe:

       

DICIONÁRIO ILUSTRADO DE RITMOS & INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO”, de Reppolho

Segundo o crítico e pesquisador de MPB, Ricardo Cravo Albin: “Este Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão é uma realização importante de pesquisa e representa uma singular tentativa de agregar, convergir, somar-se a poucos outros trabalhos congêneres, sendo este trabalho de Reppolho um clássico do gênero, até porque sistematiza, finalmente, os instrumentos de percussão definidos pela força de um país mestiço e libertário, original e criativo”.

O saudoso cantor e compositor Moraes Moreira deixou a seguinte contribuição:

O Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão é de uma grandeza sem par, quanto mais eu leio mais eu penso: Que beleza! Em um país onde faltam escolas de música, o músico pode ser a Escola”.

Já o poeta e Doutor em Literatura Fred Góes esclarece: “O Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão é o resultado de uma pesquisa cuidadosa com paixão profunda por seu ofício. Artista de repercussão internacional, Reppolho, há anos, coleciona, estuda tanto os ritmos quanto os instrumentos percussivos”.O livro é o resultado de mais de três décadas de pesquisa, tendo em vista que o músico trabalhou com os principais artistas brasileiros, o que lhe proporcionou viagens por vários países, nos quais travou contato direto com outros percussionistas e instrumentos de cada região em que passou, entre as quais diversos países da África, Europa, Oriente Médio e das Américas.

Este trabalho, conciso, com precisão matemática, nos traz a história de instrumentos antigos que permanecem em atividade, em pleno século XXI, demonstrando sua importância atemporal e outros que foram esquecidos por boa parte de percussionistas do mundo, mas que mantêm seu ethos, mesmo na hibridez de suas modificações.

O percussionista Reppolho com sua pesquisa empreendida em campo e nos diversos volumes relacionados na rica bibliografia nos faz perceber que, os instrumentos de percussão são responsáveis pela história musical desde os primórdios da humanidade. (Euclides Amaral (Poeta e pesquisador de MPB)

DESDOBRAMENTOS DIGITAIS

O dicionário se desdobrou em canais no YouTube. Como é isso, Reppolho?

– Trata-se de uma série didática intitulada “RITMOS SEM FRONTEIRAS” em formato de workshop.

E zabumbeat também está no canal?

– Sim…claro…está tudp nos meus canais digitais. O Zabumbeat, por exemplo, é um projeto afro-pop-regional. A composição, em parceria com o irmão, Eduardo Lima, é uma homenagem ao granude Naná Vasconcellos.

Tem ainda o “Tribal Jazz”, não é?

– O Tribal Jazz é um projeto instrumental. Nasceu com base no m eu terceiro álbum, “Dialetos” gravado, ao vivo, no Museu da República, em 1999. O lançamento foi há 20 anos.

REPPOLHO ESTÁ NO DOCUMENTÁRIO SOBRE XAMBÁ-OGÃ.

O Terreiro de Umbanda, Casa do Barão da Bahia (Piratininga – Niterói) de Mãe Kell de Oxum e de Bruno Ilu foi palco, no dia 7 de março de 2022, de uma verdadeira “Pororoca de Tambores”. Protagonista do vídeo doc. Xambá-Ogã (Antônio Correia do Nascimento Neto, nascido em Olinda – Pernambuco – em 13 de junho de 1951) reservou na gira, um um lugar especial para seu conterrâneo, Reppolho. A confluência e a fusão de linguagens artística e espiritual, entre os percussionistas, foi tão alinhada que o emocionante encontro rendeu material para um outro filme. Bruno Ilu (Direção Musical) e Direção Geral, Filipe Cavalieri receberam todas as honrarias por parte do homenageado. Para Xambá-Ogã, “ambos são seus filhos artístico e espiritual respectivamente”. Já Reppolho saiu “feliz e agradecido pela oportunidade de se embrenhar nos toques sagrados da africanidade brasileira”.