O coletivo Viento Sur e a Equis Lab Comunicação estão à frente desta iniciativa que busca dar visibilidade aos impactos do modelo de indústria de base florestal nos territórios.

O vídeo já se encontra disponível para livre reprodução e difusão no seguinte link:
https://youtu.be/16hhlpX6xMo  (con legendas em português).

No dia 4 de novembro de 2021, foi lançado o primeiro informativo audiovisual da campanha “Visibilização dos impactos da indústria de base florestal e de celulose”. Uma ação que surge após a primeira experiência do Workshop de comunicação comunitária para a defesa do território.

Vale ressaltar que este lançamento aconteceu ao mesmo tempo de outros dois eventos marcantes. Em primeiro lugar, o contexto de militarização no território Wallmapu, que foi declarado sob estado de exceção pelo governo chileno, especificamente nas regiões do Bío Bío e da Araucanía, onde as empresas florestais têm um papel fundamental na repressão e na violência contra o povo mapuche.

“A implementação da indústria florestal em grande escala sobre Wallmapu, o território ancestral mapuche, foi impulsionada à força mediante o Decreto-Lei nº 701, no início da ditadura de 1973, no Chile, e reforçada durante os governos de transição graças à privatização e à concessão de estradas elétricas e de projetos de geração hidrelétrica ou de outras energias renováveis não convencionais (ERNC). Hoje, os governos desenvolvimentistas de países irmãos, como Paraguai e Brasil, começam a implementar as mesmas leis forjadas durante a ditadura chilena para invadir novos territórios, buscando a produção de energia barata e ativando outras formas de indústria extrativista”. Diego Oyarzo, coletivo Viento Sur, Chile.

E o outro evento concomitante foi a realização da Conferência Mundial do Clima COP26, em Glasgow, onde os países do mundo se reuniram, em novembro de 2021, para gerar acordos em matéria ambiental e para definir as agendas referentes à mudança climática para os próximos anos.

“Entendemos que as intenções do real avanço frente à emergência climática e à proteção dos ecossistemas não foram o foco na COP26; a prioridade foi o aspecto econômico, como já ocorreu na Cúpula de Paris em 2015. Na situação atual, um aumento na temperatura global traria consequências irrecuperáveis para a humanidade”, declarou Camila Romero, do coletivo Viento Sur, em referência ao momento em que se lançou a campanha audiovisual mencionada, e à necessidade urgente de efetivar os direitos das populações para que fiquem acima de interesses econômicos pontuais.

A campanha é também um primeiro passo para a formação de uma rede de correspondentes comunitários, cujo objetivo será colaborar para identificar e denunciar as consequências dos projetos extrativistas; a iniciativa continuará com a publicação semanal de material informativo que espera ser difundido através dos meios de comunicação livres e comunitários em Wallmapu, no Chile, e na América Latina.

O próximo material desta campanha estará disponível no site do coletivo Viento Sur e no perfil “Impactos de la industria celulosa y forestal”, no Youtube.


Traduzido do espanhol por Graça Pinheiro