Manuela Ripa vê uma demanda clara para a Comissão Europeia.
A Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE) “Salvem as abelhas e os agricultores” foi um grande sucesso: mais de um milhão de europeus votaram a favor da agricultura orgânica – sem pesticidas sintéticos – e, por conseguinte, a favor de uma verdadeira virada agrícola.
A deputada europeia Manuela Ripa, do Partido Democrático Ecológico (ÖDP), expressa o seu entusiasmo: “é evidente que os cidadãos da União Europeia querem uma agricultura diferente. Pois com a atual política agrícola, caímos num beco sem saída. O sofrimento dos animais causado pela agricultura industrial, a crescente poluição da água potável por nitratos, a destruição dos solos, a diminuição da biodiversidade, bem como o impacto da agricultura industrial sobre as alterações climáticas, fazem muitas pessoas repensar.”
Seguindo o exemplo do referendo sobre a biodiversidade da Baviera “Salvem as abelhas”, iniciado pelo ÖDP e que permitiu à Baviera obter uma das melhores leis de proteção da natureza na Europa,Ripa, juntamente com seu partido, elevou a questão ao cenário europeu. A Iniciativa de Cidadania Europeia “Nós salvamos as abelhas”, que ela fundou em 2019, fundiu-se com a ICE “Salvem as abelhas e os agricultores”, agora concluída com êxito.
Desde a sua fundação, o ÖDP tem lutado por uma democracia mais direta e já lançou várias petições bem-sucedidas para referendos (abolição do Senado Bávaro, proteção real dos não fumantes). A nova “iniciativa popular contra a apropriação de terras no Sarre” está atualmente em andamento.
A deputada europeia do ÖDP, Manuela Ripa, vê agora a bola no campo da Comissão Europeia. “Mais de um milhão de assinaturas constituem uma demanda clara para a Comissão Europeia para uma agricultura sustentável. É também do interesse dos agricultores, porque nos últimos dez anos na Europa uma exploração agrícola teve de abandonar suas atividades a cada três minutos. A preservação das tradições agrícolas está indissociavelmente ligada à ideia de preservar a criação. Os pequenos produtores familiares devem, por conseguinte, ser mais apoiados pela política, para que deixem de estar expostos à pressão do crescimento ou da alienação. Neste momento, infelizmente, a UE incentiva sobretudo a agricultura industrial, o que nos trouxe todos os problemas.”
Traduzido do francês por Deisi Raquel / Revisado por Aline Arana