A deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL-MG) tem recebido ameaça de morte depois de haver anunciado no domingo, dia 31/10, que a Comissão do Conselho de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da qual é Presidenta, pretende investigar a operação da polícia que resultou na morte de 26 pessoas, em Varginha, no Sul daquele estado.

Eu seu Twitter, a parlamentar afirma haver assumido com muita responsabilidade a missão de presidir a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, destacando que, em mais 300 anos de história, é a primeira vez que aquela Casa elegeu uma mulher preta.

De acordo com a deputada, crise hídrica, racismo institucional contra comunidades tradicionais e quilombos, vida da juventude negra e favelada, direitos da população LGBTQIA+, questão dos imigrantes e refugiados no estado, insegurança alimentar e, inclusive, melhoria das condições de trabalho e garantia de direitos dos servidores, inclusive da polícia penal e da polícia militar do Estado de Minas Gerais têm sido suas bandeiras de luta. Andréia de Jesus diz que tem sido difícil atuar na área dos direitos humanos em uma conjuntura de desmantelamento das políticas públicas e de redução do debate político.

No último domingo a deputado foi interpelada por um grupo de mães de vítimas da ação policial em Varginha, o que a levou a acolher a denúncia em nome da Comissão de Direitos Humanos. Isso foi suficiente para que recebesse ameaças. “Todas as minhas redes foram invadidas por extremistas, com comentários de ódio e desrespeito. E por fim, ameaças contra a minha vida”, denuncia. Ainda conforme a deputada, a Polícia Legislativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais acionou a Polícia Civil, fez um Boletim de Ocorrência e recomendou que a parlamentar aderisse à escolta policial.

Em tempos de bolsonarismo, não é de se estranhar esse tipo de ocorrência. É lamentável que nosso país tenha se transformado em um ambiente onde matadores sintam-se livres para ameaçar uma deputada. Mas, ao mesmo tempo, é compreensível, sobretudo quando vemos o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) comemorar a operação policial que assassinou tantas pessoas.


*com informações do Twiter da deputada Andréia de Jesus