MÚSICA
Por Renan Simões
Pelas esquinas de Ipanema é o 12º álbum de Erasmo Carlos. O artista já tinha demonstrado, com o declínio da Jovem Guarda, que era capaz de transitar de forma bastante satisfatória por outras paragens musicais, e com ótimos resultados. Entretanto, é este álbum, especificamente, que parece ser o mais equilibrado e de melhor qualidade de Erasmo.
Primeiramente, há um time de músicos dos sonhos, que faz com que todas as músicas se imponham com muito poder. Saliento aqui a bateria sempre inesquecível de Robertinho Silva, o baixo poético de Liminha, o violão firme de Paulinho Soledade, e a grandeza dos arranjos e execuções de Antonio Adolfo. Metade das composições são assinadas por Erasmo e Roberto Carlos, com todos os elementos positivos e negativos que essa parceria pode trazer.
Ao longo do álbum, percebemos um senso de catarse muito efetivo nos refrões e seções finais das músicas; este senso beira o mágico. Basta observar as seções finais de A terceira força e Pelas esquinas de Ipanema, o refrão de Nasci numa manhã de Carnaval, um feliz diálogo com o samba, e o recorrente interlúdio instrumental de Panorama ecológico.
Há também muito espaço para a introspecção, como a belíssima Favelas e motéis, parceria de Erasmo com Liminha, e grande destaque do disco; O silêncio da aldeia, de Antonio Adolfo, e Meu ego. Até a bizarríssima Eu e Maria soa bem interessante nas mãos desses músicos. No geral, um álbum muito bem sucedido em todos os sentidos.
Erasmo Carlos, Pelas Esquinas de Ipanema, transformações musicais com qualidade e consistência! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
Observação: as duas últimas faixas dessa playlist são bônus, não pertencem ao álbum original