por Nazmul Haq Shamal
Desde agosto de 2016, Bangladesh vem enfrentando o enorme fardo de abrigar mais de um milhão de rohingyas, que foram forçados a deixar Myanmar devido ao cruel genocídio perpetrado pela junta militar birmanesa. Apesar das repetidas promessas de trazer de volta todos esses emigrantes, as autoridades de Myanmar têm adotado inúmeras estratégias enganosas para atrasar esse processo.
Em Bangladesh, os rohingyas estão causando enormes ônus econômicos e também vários problemas socioambientais. A comunidade internacional fracassou completamente em fazer com que as autoridades de Myanmar levassem de volta os rohingyas. Ao invés de oferecer uma solução, o Banco Mundial, em um boletim recente, sugeriu a integração desse grupo étnico na sociedade de Bangladesh, ou seja, sugeriu acolher os rohingyas e torná-los nossos cidadãos. Tais recomendações são ridículas, impraticáveis e configuram uma tentativa perversa de aprofundar a crise enfrentada por Bangladesh nessa questão.
Com essa sugestão absurda, também nos lembram da conspiração no projeto de construção da ponte sobre o rio Padma. Como bem recordamos, naquela época, o Banco Mundial foi influenciado por vários indivíduos inescrupulosos, incluindo um controverso editor de um jornal e seus apoiadores – o escandaloso ganhador do Prêmio Nobel da Paz. Ao obstruir a proposta de empréstimo de Bangladesh, esses conspiradores pretendiam sabotar a construção da ponte. Mas não foi bem isso que aconteceu. A primeira-ministra Sheikh Hasina implementou o projeto multibilionário com nossos próprios recursos financeiros, assegurando assim, sob sua generosa liderança, que o progresso e a prosperidade de Bangladesh jamais fossem obstruídos por qualquer tipo de força maligna.
Bangladesh está buscando apoio da comunidade internacional para resolver a longa crise que envolve os rohingyas. Durante a 76ª sessão da Assembleia das Nações Unidas, esperamos que a situação seja discutida por todas as nações-membros e que adotem uma decisão unânime no sentido de exercer pressão total e imediata sobre Myanmar e, assim, dar início ao processo de repatriamento do rohingyas.
Nazmul Haq Shamal, colaborador do Blitz, é o editor do Dainik Notun Shomoy.
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Traduzido do inglês por Felipe Balduino/Revisado por Graça Pinheiro