POEMA
Por Guido Mendes
Labaredas nascem da árvore seca
Fumaça que enche os pulmões
Cinzas caídas na terra
Brasas em mim
Sou uma nação de madeira vermelha
E que não suporta se ver
…índios sem terra e sem oca
Negro fujão pendurado no morro
O mosaico de bangalôs de cimento e sangue
O caboclo na terra árida que o poder destruiu
As almas puris, cafuzas, mamelucas, caiçaras
E pardas …todas pobres, subindo ao céu
Deuses que roubam as cores ..a tez da pele marrom…o som das bocas que clamam justiça e Os corpos dos meninos e meninas franzinos que arrebentam correntes
Tudo é fogo em mim…
O verde, o ouro , o manto azul que me cobre
E as estrelas hereditárias que me iludem
E esse branco de ordem e progresso manchado de vergonhas e silêncios