POEMA

Por C. Alfredo Soares

 

Dentro do silêncio o estrondo 

Parece o coração no peito da gente

A língua vermelha pronta para o bote 

Tudo lindo e instável 

Do olho da terra os gases emergem 

A saliva ácida pronta pra jorrar

Como num estômago vazio 

ouve-se o ronco de tripas contorcidas 

São larvas adormecidas 

No ponto de ebulição    

Seu berro quente é eminente

Faz a terra temer

Toca o céu 

A água do mar borbulha 

Nada esfria sua ira 

Os homens se deslocam do lugar 

Do céu é possível ver

O cogumelo toca o azul celeste 

Quando tudo passa a lama fumega  

Seu entorno fértil faz brotar uvas doces

Parece magia 

O ciclo 

O círculo 

A natureza se impõem 

Nos  consome pra renovar a vida 

 

Ninguém é capaz de conter um vulcão 

Nem mesmo aquele que reside dentro de si