CRÔNICA
Por C. Alfredo Soares
O homem de barro
Com sua cabeça de barro
Seu corpo de barro
Seus pés de barro
Seu esqueleto de barro
Sua língua de barro
Seu abraço de barro
Seu discurso de barro
Suas ideias de barro
Sua plateia de barro
Seus ídolos de barro
Não é um obra barroca
Digna de admiração
Nada que uma chuva
Não dissolva
Transformando tudo
Numa lama de barro
Que escorrerá pelas sarjetas
Até alcançar o leito de algum rio assolado
Pronto pra vomitar seus detritos pela cidade
Poluindo, alagando, desalojando
O homem de barro desbarranca sentimentos sem por nada que preste no lugar
São todos ocos de ética e princípios
Cuidado, eles estão em toda parte rindo daqueles que acreditam mais na imagem do que nas atitudes