Performance que investiga o ato de lavar, espetáculo da coreógrafa brasileira é composto por bailarinos de várias regiões do Estado do Rio de Janeiro, tem coprodução de 9 festivais europeus e vem sendo ovacionado em turnê internacional.
Circulando por festivais e espaços culturais da Europa até Outubro, “LAVAGEM”, a mais recente obra dirigida pela coreógrafa brasileira Alice Ripoll e encenada pela Cia. REC, com produção da Corbelino Cultural, mistura em um delírio a realidade e a fantasia, como num sonho apocalíptico. Após estrear no Wiener Festwochen, em Viena, o espetáculo se apresenta ainda no Festival de la Cité, Kaserne e La Batie (Suíça); Theaterformen (Aleman
Surgida em 2007, a parceria de Alice com os integrantes da companhia começou quando a coreógrafa dava aulas dança em uma ONG para jovens da favela carioca Chácara do Céu, realizando a estreia profissional do grupo no Festival Panorama. Ideia original de Alan Ferreira – que está em cena ao lado de Hiltinho Fantástico, Katiany Correia, Romulo Galvão, Tony Hewerton e Tuany Nascimento – a performance investiga com a ajuda de baldes, água e sabão, imagens ambivalentes a partir do ato de lavar, com desdobramentos cênicos e históricos observados criticamente. Os elementos surgem em múltiplas imagens poéticas de êxodos, travessias, rituais, renascimento e resistência.
A palavra “lavagem” pode significar limpeza, faxina, higienização, mas também a comida do porco. “Lavagem de dinheiro” é uma expressão usada quando se quer dissimular a origem ilícita de um pagamento. “Lavagem cerebral” é quando se obriga alguém a pensar de uma determinada forma. “Alma lavada” é quando se tem um grande alívio e se está tranquilo, sem pendências.
O que de fato precisa ser limpo? As casas, a sujeira dos ambientes? Rastros deixados, fatos da história? Odores dos fluidos do corpo, quando chegamos bem perto? A espuma tinge os corpos e remete à invisibilidade, as bolhas sugerem um mundo de sonhos, em contraste com a dura falta de mobilidade social do mundo real.
Estabelecendo uma relação próxima do público, o trabalho busca ampliar modos de contato entre os intérpretes e a plateia, além de uma nova experiência de compartilhamento do espaço. A proximidade dos corpos ora remete à claustrofobia, aos apertos concretos ou simbólicos, ora se apresenta com o acolhimento de um útero, onde cheiros, texturas da pele e o calor que emana dos corpos se fazem sentir.
O espectador pode contemplar a peça sob uma ótica pictórica, mas também ser tocado por questões sobre posições sociais e hierarquias, destinos traçados e oportunidades. Lavagem apresenta uma ancestralidade cheia de lutas e também segredos sobre a alegria de não ficar obcecado em vencer a corrida pela maior capital.
SERVIÇO:
“LAVAGEM” – AGENDA EUROPA – 28 de junho a 22 de outubro de 2021 – https://aliceripoll.com/
FICHA TÉCNICA:
Direção: Alice Ripoll
Ideia Original: Alan Ferreira
Interpretação e Criação: Alan Ferreira, Hiltinho Fantástico, Katiany Correia, Romulo Galvão, Tony Hewerton, Tuany Nascimento
Direção de Produção: Natasha Corbelino | Corbelino Cultural
Produção e Assistência Geral: Thais Peixoto
Colaboração Artística: Laura Samy
Fotos: Renato Mangolin
Cenário: Raquel Theo
Figurino: Paula Ströher
Iluminação: Tomas Ribas
Operação de luz: Leandro Barreto
Adereços: Cleber de Oliveira
Aulas para a Cia REC: Eraci Oliveira, Pedro Lima, Rodrigo Maré
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria
Tour Planning: ART HAPPENS
Apoio: Rafael Machado Fisioterapia
Coprodução:
Agradecimentos: Alexandre Belfort, Sulamita Costa, Juliana França, André Oliveira, Walace Ferreira, Juliete Schultz, Mauricio Lima, Pedro Bento, Thamires Candida, Dilo Paulo, Diewry Patrick, Lenna Santos de Siqueira, Camila Rocha, Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, Arnoldo Pereira de Souza, Anita Tandeta, Camila Moura, Renato Linhares, Cecilia Ripoll, Andrea Capella, Casa de Mystérios e Novidades.
SOBRE ALICE RIPOLL – Alice Ripoll nasceu no Rio de Janeiro, formou-se na escola e faculdade de Angel Vianna, e logo começou a trabalhar como coreógrafa. Ela dirigiu muitas peças, dançou em algumas – principalmente dela mesma – e também colaborou com atores e artista de circo. Trabalhou com Laura Samy, Renato Linhares, Dani Lima, João Saldanha e o grupo teatral Foguetes Maravilha, entre outros. Atualmente Alice dirige os grupos REC e SUAVE, e seu trabalho abarca os estilos de dança contemporânea e danças urbanas do Brasil, por meio de uma pesquisa que abre espaço para que os bailarinos transformem em imagens as experiências e memórias que vivem em cada um. Seus espetáculos já foram apresentados em diversos festivais no Brasil, como Panorama Festival, Bienal SESC de Dança, Dança Gamboa, MIT, FIAC, Bienal de dança do Ceará, Trisca e na Europa: Rencontres Chorégraphiques de Seine-Saint-Denis, Zurich Theater Spetakel, Kunstenfestivaldesarts, Centre Pompidou, HAU, Wiener Festwochen, Festival Dias da Dança entre outros.
SOBRE A Cia REC – Fundada em 2009, a Cia REC é um potente de artistas da dança que elabora e recria a arte contemporânea. Composto pela diretora Alice Ripoll e pelos intérpretes Alan Ferreira, Tony Hewerton, Rômulo Galvão, Hiltinho Fantástico, Katiany Correia e Tuany Nascimento, o grupo, com intensa produção, conta com três espetáculos de dança contemporânea, uma peça voltada para crianças e uma performance. Os trabalhos da Cia vêm sendo exibidos em diversos festivais e teatros do Brasil e do exterior, como Festival Panorama, Casa do Povo, Trisca, FIAC, Bienal SESC de dança, Centre Pompidou, Kunstenfestivaldesarts, Festival Dias da Dança, Wiener Festwochen, entre outros.