Documento tem apoio de ex-aliados do presidente e aponta supostos crimes de responsabilidades
Segundo o grupo, “a peça inclui o conjunto de crimes cometidos pelo atual presidente da República desde que tomou posse em 2019, sendo a maioria os crimes cometidos durante a pandemia, que resultaram na morte de mais de 500 mil brasileiros”. O protocolo do pedido será sucedido por um ato político em Brasília, com participação de líderes políticos e movimentos sociais. Na ocasião, os responsáveis pela apresentação do documento concederão entrevista coletiva.
O movimento tenta reunir o maior número de autores de documentos já protocolados na Câmara dos Deputados e construir um “mega-pedido” de impeachment. Entre os presentes, estão representantes da Frente Povo Sem Medo, a Frente Brasil Popular, o grupo de advogados Prerrogativas e outras entidades também fazem parte da articulação.
Segundo o grupo, a articulação tem pessoas de “esquerda, centro e direita”. Ex-aliados de Bolsonaro assinam o “superpedido” de impeachment, como os deputados federais paulistas Alexandre Frota (PSDB) e Joice Hasselmann (PSL).
O pedido unificado faz parte de um “calendário de lutas” organizado por movimentos sociais. O planejamento inclui manifestações de rua agendadas para 24 de julho. Os protestos, segundo o grupo, podem servir como ferramenta de pressão para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dê andamento ao processo de impeachment.
Com isso, a oposição ao presidente pretende dar mais força ao impedimento. Os principais líderes apontaram, durante o encontro, que o desgaste de Bolsonaro no escândalo de compra superfaturada da vacina indiana Covaxin pode potencializar a ação. Contudo, por enquanto, a probabilidade da ideia prosperar na Casa é baixa. De acordo com levantamento atualizado pela Agência Pública, já foram protocolados 121 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 68 pedidos originais, 7 aditamentos e 46 pedidos duplicados.
Até agora, apenas 6 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 115 aguardam análise. O monitoramento aponta ainda que 1507 pessoas e mais de 500 organizações assinaram pedidos de impeachment de Bolsonaro.
Segundo pesquisa realizada de 21 a 23 de junho pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360, Bolsonaro é considerado “ótimo” ou “bom” por 28% da população brasileira. A fatia dos que avaliam o presidente como “regular” é de 19%. Os que consideram o chefe do Executivo como “ruim” ou “péssimo” são 50%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.