MÚSICA
Todo ano, o mês de abril é uma época especial para aspirantes a astrônomos e observadores de estrelas por todo o mundo: nele, comemora-se o Mês Global da Astronomia. Como é a sensação de ir a um Concerto Cósmico online organizado pela Astrônomos sem Fronteiras?
Na verdade, a sensação foi a transmitida pela frase “Um só povo, um só céu”, como diz orgulhosamente o lema da organização. Sendo parte da comunidade ASF desde 2012, senti que o concerto foi uma motivação para refletir sobre nossa existência profunda enquanto um só povo no planeta Terra, parte da Via Láctea e do universo infinito lá fora.
O concerto cósmico realizado pelo pianista Giovanni Renzo no dia 29 de abril deste ano foi um acervo de composições e improvisações idealizado como uma exploração visual e poética do universo. A performance de Giovanni foi inspirada por vídeos e fotos de alguns dos melhores fotógrafos do mundo: Valentin Grigore, Gary Varney, Hubble/ESA.
A apresentação combinou música e vídeos de astronomia em um fluxo natural de melodias e imagens espetaculares. Giovanni tem uma antiga fascinação pela relação entre música e astronomia, como, por exemplo, mapas estelares se transformando em partituras e composições baseadas no ritmo do pulsar. Desde 2010, ele é convidado pelos Astrônomos sem Fronteiras para se apresentar ao vivo durante o Mês Global da Astronomia. O evento online foi um dos eventos de mais sucesso do programa geral.
Pessoalmente, o concerto lembrou-me de duas memórias, de quando eu era um jovem estudante, há muitos anos. Assim como muitos jovens que sonham em ser astronautas, ganhei um CD da NASA. Ainda o tenho comigo, com uma etiqueta que diz “Imagine o Universo: STARCHILD.” O disco estava cheio de diferentes imagens e fotografias do nosso fascinante universo, junto com uma breve explanação escrita por um astrônomo profissional. A segunda memória foi da primeira vez que observei as estrelas da Via Láctea nos planaltos centrais da Etiópia, numa altitude de três mil e duzentos metros acima do nível do mar, durante férias com amigos próximos em setembro de 2011. A vívida e especial experiência da vista do céu associou-se com a popular declaração de Carl Sagan em seu livro Um Pálido Ponto Azul:, Uma Visão do Futuro da Humanidade no Espaço, comumente citada como “Olhe de novo esse ponto. É aqui. É a nossa casa. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, qualquer um sobre quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram suas vidas.” O mesmo deslumbramento e a mesma imaginação do espaço sideral servem de inspiração para as minhas empreitadas criativas.
Aqui está uma breve apresentação da Astrônomos sem Fronteiras, retirada do site da organização: www.astronomerswithoutborders.org
Limites desaparecem quando olhamos para o céu
UM SÓ POVO, UM SÓ CÉU
Todos nós dividimos o mesmo céu, e a Astrônomos sem Fronteiras une o mundo para compartilhar nossa paixão pela astronomia e pelas maravilhas do universo.
Observar os projetos faz as pessoas se unirem e compartilharem atividades umas com as outras.
Projetos de apoio permitem que os países desenvolvidos compartilhem conhecimento e que todos possam aproveitar as maravilhas do céu noturno.
Programas noturnos reúnem todos em tempo real para observação remota.
E, ao olharmos para o céu, juntos, aprendemos uns com os outros e criamos laços duradouros, independente do país ou da cultura.
É esse laço entre as pessoas que a Astrônomos sem Fronteiras espera incentivar. Uma breve mensagem ou um pequeno telescópio podem se transformar em relações duradouras, gentilezas e amizades pelo mundo. A compreensão substitui a ignorância e desconfiança. Imagens na redes sociais são substituídas pelo rosto de pessoas reais. Relacionamentos, apoio e conexões pessoais substituem estereótipos.
Traduzido do inglês para o português por Felipe Balduino / Revisado por Larissa Dufner