SEGUNDA-ENCRUZA

 

 

Por Dândi-À-Deriva

 

 

 

Na entrequadra, entre olhares quadrados, Eu vi um menino passar. Trajava o Manto Sagrado. “Clic”: como diria I-Juca-Pirama: “Menines, eu vi!”
Nas costas, o dizer “Guerrero”, no espanhol de Colombo, estampado sobre o Vermelho e o Negro. Um sentimento mulambo, molambo bem mambembe, me atravessou.
Em meio à pandemia, sem usar qualquer máscara, o transeunte desfilava com toda a vitalidade que lhe cabia nas pernas. Caminhava, caminhava e caminhava, recolhendo a “sujeira pra todo lado”, que as bucólicas “Superquadras” lhe dispensavam.
Cada vez menos, me encantam as narrativas fantásticas dos heróis do cinema. Na singeleza daquela “Biga Brasiliense”, todos os sinais, de virtude e de fracasso das alegorias de nosso povo. Lembrei dos versos de Renato:
“Sempre em frente…
Não temos tempo a perder… Nosso suor sagrado. É bem mais belo que esse sangue amargo. É tão sério…
E Selvagem… Selvagem! Selva-gem!”
Apesar de todo esse tempo perdido, com quase meio milhão de vidas ceifadas, o retrato era a do “País da Pandemia e do Futebol”. No Covidistão, “com o Supremo, com tudo”, era necessário um aparte: “com o Supremo, contudo”, haveria Copa e Cepas. Custe o que custar…
Lembrei-me do Vô Geraldo, pai de minha mãe e que sequer cheguei a ter a oportunidade de conhecer. A endêmica Doença de Chagas o levou mais de 10 anos antes de eu nascer…
Apesar das tamanhas caminhadas que nos comovem e nos reciclam, morar nos trópicos também pode ter algo de tropeço e de dança, Querida Leitora, Querido Leitor & Queride que lê…Ali, na singeleza de latas amassadas e garrafas “pet” amontoadas, vi passado, futuro e presente, descalços.