CONTO
Por C. Alfredo Soares
A única coisa que sei é que não tenho certeza de nada e isso até que é bom, pois me põe em movimento por aí.
Se olharmos bem, foi a inquietação que nós trouxe até aqui. Éramos sedentários e cruzamos o mundo em busca da tal segurança. Lutamos contra predadores maiores do que nós e vencemos. A história mostra isto. Nunca foi fácil. Olhar pra trás aponta o que temos que fazer pra alcançar futuro. O que vemos hoje faz parte de um ciclo de evolução que nos impõem a luta, apesar dos inúmeros avisos e sinais emitidos pela humanidade e pela natureza.
Se vai passar? Claro que vai.
Mas a memória deste momento precisa ficar registrada na consciência coletiva como um aprendizado para gerações futuras. Tudo tem que ser registrado para que sirva de bússola para os nossos filhos e netos. Que a incerteza nós leve a melhorar o que tem que ser melhorado, principalmente a nossa relação mútua com o próximo. Muitos já entenderam o recado e refizeram seus conceitos e modo de vida. Se deslocaram para onde entendem ser o melhor lugar. Para aqueles que não podem fazer o mesmo, resta a resiliência, a empatia e o pensamento pró-ativo. Negar a realidade é ficar estático em cima de uma bomba relógio preste a explodir. A resposta está na nossa capacidade de achar soluções para todos os desafios que batem à nossa porta. A coragem sempre nos protegeu, mais do que a covardia.
– Mas você tem certeza disso? Não!
Os céticos ficarão onde estão, como sempre fizeram.
A história mostra que sempre evoluímos no pós trauma. Não será diferente agora. É preciso lutar e sobreviver.