SEGUNDA-ENCRUZA
Por Daniel Vila-Nova
A Foto (registro do que vos escreve, querido Leitor, querida Leitora, Queride que Lê) traz, no primeiro plano, um Manifestante Anônimo em plena deriva transbordante. Com a esquerda perna mecânica e duas muletas, a sua Marcha se fez poesia em Plena Capital da República. Como se perguntasse, em silêncio, a quem está em casa: qual a sua desculpa?
Esse manifesto, “inocente, pé-no-chão”, é uma homenagem imorredoura ao “Hino dos Sambistas”, que nos atravessa, sem jamais ser atravessado:
“Samba,
Inocente, pé-no-chão,
A fidalguia do salão,
Te abraçou, te envolveu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você não percebeu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você não percebeu.
Samba,
Agoniza mas não morre,
Alguém sempre te socorre,
Antes do suspiro derradeiro.
Samba,
Negro, forte, destemido,
Foi duramente perseguido,
Na esquina, no botequim, no terreiro.”
Nesse enredo de ilusões-reais e de falsas-autoridades, “só a arte salva!”
De volta às ruas e às avenidas da Vida, Meu Povo: a melhor imunização é a carnavalesca!
Contra as “Patentes”, da CPI e da Vacina, eu fui pra Rua sambar, Meu Presidente Sargento!
Nas marchinhas da Vida, levem sempre suas Máscaras!!!
Ao chegar no outro Plano Piloto da existência, Luiz Carlos da Vila bateu continência a Nelson: “O Show tem de continuar!!!”