Se Oumuamua for real, no que diz respeito a naves alienígenas, então os terráqueos estão fazendo coisas bem estranhas em termos de inteligência extraterrestre. Pense nisso… se for uma nave alienígena, ou um drone, não há chances de que ele tenha entrado no sistema Solar, pairando a 30 000 000 km de distância da Terra, sendo movido a combustível fóssil.

Imagine só, aliens engenheiros a 10.5 anos-luz de distância, na “AEgir, vulgo Epsilon Eridani b” abastecendo Oumuamua com metano criogênico e oxigênio líquido (o combustível que alimenta o Raptor da SpaceX de Elon Musk) para sua grande viagem para a Via Láctea e expedições pelo Sistema Solar com seus nove planetas, incluindo sua exposição a um telescópio usado pelos terráqueos. Hmm… Qual será o tipo de combustível que os alienígenas usam?

Oumuamua é o primeiro objeto interestelar que se tem notícia em nosso sistema solar. Estima-se que tenha cerca de 100m a 999m de comprimento e cerca de 35m a 167m de largura, vermelho escuro com movimentos rotativos.

De acordo com o astrofísico da Universidade de Harvard, Avi Loeb, por mero acidente ou por premeditação, alienígenas prestaram uma visita via Oumuamua. Deve-se notar que ele está praticamente sozinho entre os astrofísicos com essa história de aliens em nosso meio.

A evidência é razoavelmente convincente, mas não absoluta. Por exemplo, Oumuamua não se assemelha a um asteroide ou cometa por causa de inúmeras razões científicas. Além disso, seu brilho é maior e reflete 10 vezes mais do que as rochas espaciais do sistema solar da Terra; na verdade, brilhante o suficiente para que seja metal polido, que é um de seus muitos fatos impressionantes! Mais convincente ainda, é que, ao se aproximar do Sol, ele na verdade “acelerou mais rápido do que pode ser explicado apenas pela atração gravitacional da nossa estrela”. (Fonte: Lee Billings, astrônomo Avi Loeb afirma que aliens nos visitaram, e ele não está brincando, Scientific American, 1 de fevereiro, 2021)

Para apoiar sua tese de que aliens nos visitaram, Dr. Loeb, que preside o Quadro de Astronomia e Física da Academia Nacional de Ciências e Engenharia e Medicina, afirma: “com base nos dados da missão Kepler da NASA, cerca de metade das estrelas semelhantes ao Sol da galáxia têm um planeta do tamanho da Terra, localizado aproximadamente à mesma distância da Terra do Sol, de modo que você pode ter água líquida na superfície e a química da vida como a conhecemos. Então, se os dados da sorte forem lançados a fim de encontrar vida na Via Láctea, qual é a chance de estarmos sozinhos? Provavelmente, minúscula!” Ibid.

Se isso for real, então Oumuamua comprova muita coisa. Para começo de conversa, significa que não estamos sozinhos! Se isso é reconfortante é uma interrogação gigantesca, especialmente para o livro de Gênesis. Não apenas isso, Oumuamua coloca a melhor tecnologia dos terráqueos na categoria de Neandertais. No fim das contas, Oumuamua quebra todos os recordes de velocidade terrestre conhecidos. De acordo com a velocidade registrada, ela levaria apenas 73 minutos para ir da Terra até a Lua! O voo da Apollo levou três dias.

O Oumuamua tem sido objeto de teorização e investigação científica intensa desde que apontou sua cabeça (pontiaguda) em nosso sistema solar em outubro de 2017. Um novo estudo argumenta contra várias teorias sobre uma “origem natural”: “Oumuamua — um objeto interestelar misterioso que atravessou o sistema solar há dois anos — de fato pode ser tecnologia alienígena. Isso porque uma alternativa, uma explicação não-alienígena pode ser fatalmente falha”, (fonte: Rafi Lezter, Mystery of Interstellar Visitor ‘Oumuamua Gets Trickier,” Scientific American, 19 de agosto, 2020)

De acordo com esse artigo, a maioria dos cientistas acredita que a ideia do objeto ser proveniente de tecnologia alienígena é um tiro no escuro. No entanto, até hoje, não se sabe como ele acelerou, “como se algo estivesse impulsonando-o”.

Avi Loeb acredita que ele é impulsionado através de radiação solar por uma máquina extraterrestre, como uma vela de luz, que a propulsiona para frente. O estudo mencionado derruba a ideia de que a aceleração de Oumuamua foi causada por fenômenos naturais, isto é, hidrogênio sólido explodindo sua superfície de forma invisível. Antes, “um iceberg de hidrogênio viajando centenas de milhões de anos através do espaço interestelar teria se quebrado, derretido pela luz das estrelas”, Ibid.

Se Oumuamua é real, essa pergunta é respondida da melhor maneira possível no livro de Avi Loeb: Extraterrestre: O primeiro sinal de vida inteligente fora da Terra, Houghton Mifflin Harcourt, 26 de janeiro, 2021.

Dessa forma, Loeb afirma que existe vida inteligente e sugere que “os humanos não estão preparados para aceitar isso”. As implicações, como mencionadas nas revisões iniciais de seu livro, incluem uma crítica muito provocativa declarando que a inteligência extraterrestre serviria para curar a “arrogância humana” e sua propensão para a “autodestruição”. Loeb tem alta consideração pelos alienígenas como “seres superiores”, que podem revelar “o verdadeiro sentido da vida”. Porém, ele também especula que os aliens podem ser existencialistas, acreditando que “a vida é absurda” E, é claro, os terráqueos já foram expostos a existencialistas, como Kierkegaard, Nietzsche, Sartre, e Heidegger, mas eles não são aliens; ou são?

Seu livro começa dizendo: “Alguns cientistas acham minha hipótese fora de moda, fora da ciência convencional, até mesmo perigosamente mal concebida. Mas o erro mais significativo que podemos fazer, acredito, é não levar essa possibilidade a sério o suficiente”.

Considerando que há objeções à teoria de Loeb, em sua defesa provavelmente é uma boa ideia lembrar o exemplo dos nobres líderes religiosos do século 17 que se recusaram a olhar através do telescópio de Galileo. Logo, a história não os tratou bem. Na verdade, de vez em quando, a história demonstra que a previsão humana com frequência é baseada em experiência e/ou pura ignorância.

Por exemplo, Giordano Bruno foi queimado na estaca em 17 de fevereiro de 1600 por ter argumentado, entre outras heresias, que as estrelas podiam ser a mesma coisa que o Sol e que poderia haver planetas como a Terra, possivelmente com vida. A Inquisição Romana o condenou por heresia e pela negação das doutrinas católicas centrais. Queimado vivo!

Até hoje Oumuamua ainda não é classificado como um asteroide, um cometa ou um pedaço de gelo. É classificado apenas como um objeto interestelar, o que curiosamente tem uma conotação alienígena. De acordo com Loeb, claro, a classificação é difícil porque: a) nós nunca vimos um desses antes e b) trata-se de um subproduto de vida inteligente fora do nosso sistema solar e além de nosso nível mais profundo de compreensão. Como se classifica isso?

Além disso, é tolice ignorar a possibilidade distinta de que Oumuamua é um sinal de vida além de nosso sistema solar quando sérias considerações são dadas ao fato de que nós, terráqueos, lançamos a Voyager I (entrou no espaço interestelar em agosto de 2012) e Voyager II (entrou no espaço interestelar em novembro de 2018) do nosso sistema solar, para o vasto desconhecido. Ambas as naves continuam a enviar informações científicas sobre seus arredores para casa através da Rede do Espaço Profundo (DSN, em inglês). Por que outras civilizações não fariam o mesmo?

Com base em sua trajetória atual, no final de 2025 Oumuamua alcançará a borda externa do Cinturão de Kuiper, e então a heliopausa, a borda do sistema solar, em algum momento de novembro de 2038. E desaparecer seguindo os passos da Voyager I e II.


 

Traduzido do inglês por Jenifer Araujo / revisado por Larissa Dufner