MÚSICA

 

 

Por Renan Simões

 

 

Por que ouvimos música? De onde vêm as nossas preferências musicais?

Tudo o que eu tenho a dizer é uma belíssima música para violão solo composta pelo meu pai, Horácio Simões, que eu gravei em 2015. Meu pai se despediu do nosso plano material no início de 2019.

 

 

Nossas preferências musicais mudam com o tempo? Qual a importância das nossas influências musicais de berço? Qual o peso que nossas preferências da infância têm em nossa vida adulta? Será que passamos a vida inteira buscando elementos que nos satisfizeram musicalmente na infância? Ou recusando os que nos insatisfizeram?

Ele foi responsável por minha iniciação musical e boa parte do desenvolvimento que tive nesse campo, além de ter sido junto a minha mãe, Dulce Colombo, meu mais efetivo influenciador em relação a preferências musicais.

Ouvimos música como um todo? Ou estamos focados só na letra, na poesia? Ou apenas no artista? Ou no conceito? A música sobrevive sem conceito? E o conceito, em música, sobrevive “sem música”? Música caminhando lado a lado com o conceito e com a poesia, ou a seu serviço? Conceito e poesia caminhando lado a lado com a música, ou a seu serviço?

Me tornei músico profissional, atuando predominantemente como professor e violonista. Aos poucos, fui descobrindo a verdadeira magia da apreciação musical, e o inestimável valor das trajetórias, buscas e descobertas que podemos realizar como ouvintes.

Ouvimos o que nos impuseram? Ouvimos o que está na moda? Queremos ser parte de algo através do que ouvimos? Ou, pelo contrário, queremos ouvir o que ninguém conhece? Somos ouvintes esnobes? Ouvimos para nos aproximar das pessoas, ou para nos distanciar das pessoas? Pesquisamos novas coisas para ouvir? Sabemos pesquisar música? Devemos? Queremos?

A pintura Tudo o que eu tenho a dizer, baseada na música do meu pai, foi realizada por Sabrina Souza, minha esposa, grande parceira da música e dos megalomaníacos projetos de escuta musical que proponho.

Temos artistas favoritos? Nós realmente gostamos de todos os álbuns de nossos artistas favoritos? De todas as músicas? Por que nos apegamos a gêneros musicais? Por que queremos nos reafirmar como ouvintes deste ou daquele gênero? Ou, por outro lado, por que queremos nos afirmar como ecléticos? Somos realmente ecléticos? Nós realmente gostamos do que escolhemos para ouvir? Ou estamos nos enganando dia após dia?

Tudo o que eu tenho a dizer (sobre música) são reflexões que têm me acompanhado nos últimos anos, e que preparam o terreno para abordar os meus melhores discos da música brasileira.

Por que ouvimos música? De onde vêm as nossas preferências musicais?