O Brasil é uma das sociedades mais violentas do mundo. Violência que aflige também crianças e adolescentes. Situação que se agravou durante o confinamento da pandemia de Covid-19.

Contra este contexto dramático, iniciativas fortalecem as atuações de docentes e profissionais das áreas de proteção à criança e ao adolescente – com o objetivo de garantir direitos.

Por meio de formações, metodologia, conteúdos e ações, o projeto Crescer Sem Violência tece uma rede para a promoção de direitos, atuando com prevenção, identificação de casos, denúncias e acolhimento a crianças e adolescentes.

Violência sexual contra crianças e Adolescentes

Com base em dados da Associação Brasileira da Saúde Coletiva – ABRASCO, no Brasil, 51% dos casos de violência sexual infantil são contra crianças entre 1 a 5 anos de idade.

A violência mais atendida nas unidades de saúde, contra crianças e adolescentes de 0 a 13 anos, é o estupro. Em 58% dos casos, o crime costuma ocorrer na própria casa da vítima. Na faixa etária entre 10 e 19 anos, a violência sexual é igualmente a mais sofrida, sobretudo contra as meninas.

A cada meia hora, uma criança ou um adolescente é vítima de violência e ou abuso sexual. São 50 registros por dia no canal de denúncias do estado, o Disque 100.

Pedofilia online e pandemia

Durante a pandemia de Covid-19 houve aumento de registros de pedofilia praticados via internet. Ao longo de todo o primeiro semestre de 2020, a Associação de Combate à Pedofilia na Internet (Safernet Brasil), informa aumento de 89% nas denúncias. Foram registradas 46.278 denúncias, contra 24.480, em 2019.

De acordo com a Polícia Federal, só no mês de março de 2020, se comparado ao mesmo período de 2019, o aumento foi de 190%, somando 5.866 registros.

Pelos direitos de crianças e adolescentes

Desde 2009, o Canal Futura, em parceria com A Childhood Brasil e o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, desenvolve o Projeto Crescer sem Violência.

O objetivo é desenvolver ações e projetos para prevenir e enfrentar as múltiplas formas de violências contra crianças e adolescentes. Inclusive violências sexuais praticadas pela internet.

A estratégia do Crescer Sem Violência se baseia em ações de capacitação para docentes e profissionais da rede de proteção à criança e ao adolescente.

Com este intuito, o projeto realiza formações, distribuição de material pedagógico e campanhas ligadas às causas.

Como resultado, o projeto Crescer Sem Violência tem fortalecido a rede de proteção. O projeto envolve Secretarias de Saúde, de Educação, Conselhos Tutelares, escolas, universidades, ONGs, coletivos, sistema socioeducativo, órgãos de segurança pública, distribuídos em 10 estados do Brasil.

Que corpo é esse?

Crédito da imagem: Canal Futura.

O Crescer Sem Violência inclui as séries de animação “Que exploração é essa?”, “Que abuso é esse?” e “Que corpo é esse?” – este último com a 2ª temporada lançada em 2021, tratando de internet segura para crianças e adolescentes.

“Que corpo é esse?” aborda desde a descoberta dos órgãos genitais até temas complexos como a homofobia e o sexting. A série visa promover reflexões, debates e práticas que promovam e garantam direitos sexuais e autoproteção de crianças e adolescentes.

Convite

Pra quem quiser conhecer mais sobre a série, sexta-feira, dia 12/02, às 11 horas, acontece o Cinedebate: “Que corpo é esse?”.

Entre os assuntos, você vai conhecer um pouco mais sobre saúde emocional, reputação digital, autonomia no acesso à internet, aliciamento online e autoproteção de crianças e adolescentes.

Educadoras e educadores também podem baixar os materiais do projeto. Baixe aqui cadernos pedagógicos e o guia de formação do Crescer Sem Violência.