As 13 redes globais que atualmente compõem um processo de Multiconvergência – no qual se comprometem conhecer-se e apoiar-se mutuamente e trabalhar em conjunto – preparam-se neste momento para finalizar uma CARTA ABERTA ao Secretário-Geral da ONU, Sr Antonio Guterres. Após a sua discussão, aprovação e assinatura, que pretende-se que se dê no início de 2021, serão enviadas ao SG da ONU a Carta Aberta e um dossiê de documentos de apresentação das Redes em processo de Multiconvergência.
Essa carta propõe que a ONU:
- inicie desde já um processo de construção de uma Assembleia da Cidadania Planetária no âmbito do centenário da ONU em 2045, reconhecendo o direito das.os cidadãs.os de participar com sua voz e voto na dinâmica política da ONU, e reconhecendo a Terra como sujeito de direitos;
- engaje ativamente as dezenas de Redes Globais hoje existentes no mundo no diálogo crítico e na colaboração com as agências da ONU (Conselho Econômico e Social, o Conselho de Direitos Humanos, a UNESCO, a CNUCED, a OMS, o PNUD e o PNUMA), na Década de Ação sobre os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (2020-2030);
- realize uma reunião global dos parlamentos regionais, com participação cidadã, no final de 2022, para lançar as bases para um debate sobre a governança democrática dos bens comuns públicos globais;
- estabeleça um grupo de trabalho entre a Secretaria Geral e representantes das Redes da Cidadania Global para desenvolver estratégias e métodos para a realização dos objetivos acima, adotando como referência os indicadores do Pacto Global, da Carta da Terra, assim como os dos países que adotaram indicadores de Bem Viver e de Felicidade na gestão do seu desenvolvimento. .
Preparando-se para contribuir com um processo tão inovador, as 13 redes hoje em busca de Multiconvergência estão considerando iniciar a construção de um Parlamento da Cidadania Planetária a título experimental. Essa ação conjunta desafiadora visa levantar questões importantes para que a ideia de caminharmos para uma governança cívica mundial seja efetivamente implementada. Numa dinâmica multiétnica, multicultural, multilíngue e multigênero, buscaremos aprender a multiconvergir sobre como construir legitimidade de representação da Humanidade. Sobre como não repetir a dinâmica política atual que é capturada pelo grande capital e não serve às necessidades dos empobrecidos e dos excluídos. Sobre como construir um processo de governança efetivamente inclusivo e preocupado com a vida no Planeta, em parceria com a Natureza e não contra ela.
Nesse processo experimental buscaremos superar o modelo político do capitalismo e do patriarcado que se baseia na competição, trazendo a cooperação como modelo; superar a política no qual os mais fortes esmagam os demais, trazendo a não hierarquia e a parceria como modelos; superar a visão política de curto prazo, trazendo o respeito às novas gerações como modelo… Enfim, a Multiconvergência dialoga em seus próximos encontros a seguir, sobre como contribuir para que suas própria propostas à ONU tenha efetividade, em uma dinâmica de aprendizagem da colaboração entre diferentes. Sabemos que as falhas serão inevitáveis e que o importante é aprendermos com nossos erros, buscando coerência entre o que sentimos, pensamos, dizemos e fazemos, assumindo nossa responsabilidade de ajudar o mundo a avançar.
Convidamos aos interessados e interessadas para as próximas três reuniões importantes na nossa agenda da Multiconvergência de Redes Globais:
- 4ª Reunião do MRG: 5.12.20 entre 18.30 e 21.00 (Paris), 14.30 e 17.00 (Rio) – à convite da Internacional Convivialista.
- Espaço Aberto Viral: 22.11.20, 16h (Paris) e 20-21.12.20.
Os elos dessas reuniões serão divulgados proximamente.
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