A Rússia concedeu autorização de residência permanente a Edward Snowden, o informante de interesse público da Agência de Segurança Nacional.
Edward Snowden vive exilado na Rússia desde 2013, quando revelou os programas de espionagem em larga escala dos serviços secretos americanos. Os EUA solicitaram sua extradição por violar as leis de espionagem. A decisão da Rússia garante que ele não será extraditado.
O advogado de Snowden, Anatoly Kucherena, anunciou hoje a decisão do governo russo de conceder ao seu cliente uma autorização de residência permanente. A Rússia já havia fornecido a Snowden uma autorização de residência em 2013, que expirou em 2020.
Graças às informações que Snowden revelou através de uma série de publicações, fomos capazes de aprender sobre o funcionamento do sistema de vigilância em massa dos EUA e de seus aliados, a cooperação de grandes empresas de tecnologia como Google, Facebook, Yahoo, etc. e provedores de telecomunicações nesse monitoramento. Foi possível observar também como essas espionagens foram acobertadas por meio da flagrante violação das liberdades individuais e da Constituição dos Estados Unidos.
Há poucos dias, um juiz federal dos EUA determinou que o governo americano poderia confiscar os lucros dos direitos de venda do livro “Eterna Vigilância: como montei e desvendei o maior esquema de espionagem do mundo” de Snowden, que somam US$ 5,2 milhões.
A vingança pelas revelações de Snowden veio, no entanto, no início de setembro, quando a Corte de Apelações dos EUA decidiu que a coleta secreta de registros telefônicos de milhões de americanos é uma violação da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) e pode ter sido inconstitucional.
Traduzido do inglês por Larissa Dufner / Revisado por Izabel Mingardi