O documento ressalta também que prisão injustificada do Cacique Crídio e ação da polícia na Terra Indígena, em tempos de pandemia, expôs os Guaranis à contaminação. O acesso à comunidade está restrito por causa da Covid e mesmo assim, os policiais entraram sem autorização, vasculhando as casas e ao levarem o Cacique para prestar depoimento mantiveram-no preso. Além do informe enviado à ONU e à OEA, o Cimi-Sul solicitou que o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE) intervenham e investiguem a ocorrência de racismo e de abuso de autoridade em relação a prisão do cacique.
Indígenas vêm sofrendo por causa da não demarcação do seu território e não reconhecimento dos seus direitos
Em muitas outras vezes, os indígenas tiveram seus direitos fundamentais violados. O documento relembra algumas delas: Em 2018, cinco Guaranis do Tekoha Mokoi Joegua, no município de Santa Helena, foram presos pelo corte de bambu que seria utilizado num ritual religioso. Em maio deste ano, pessoas armadas efetuaram quatro disparos contra a comunidade Yhovy, na Tekoha Guasu Guavirá, a mesma de Clídio. Os Avá-Guarani também têm denunciado reiteradamente casos de atropelamento propositais de que foram vítimas.
Outro exemplo é o que tem acontecido com o cacique da Tajy Poty. Ele está sendo ameaçado de morte e recebeu um recado que um fazendeiro que estaria esperando-o engordar mais um pouco para depois matá-lo. No oeste do Paraná são 24 tekoha composto por um total de 4200 pessoas. Desde outubro de 2019 até o momento são 03 assassinatos, 01 atropelamento (suspeita de assassinato), 04 tentativas de assassinato, 02 suicídios e diversas tentativas, 01 Invasão de terra no tekoha Itamarã.