Nós, editores da Pressenza nos solidarizamos com a luta de todas as mulheres do Brasil – e do mundo – pelo direito à decidir sobre o próprio corpo e enfatizamos que é papel do Estado, assegurar e garantir a seguridade à vida, conforme consta na Constituição de 1988. O direito de viver, em condições de dignidade, é um direito humano que cabe ao Estado efetivar em todos os aspectos e em todas as dimensões.
Nos posicionamos também assertivamente que o Estado Laico seja em prática, legislação, organização, respeitado e efetivado pelo próprio Estado, portanto, por todas as pessoas que atuam nele. Nós somos a favor da pluralidade de crenças e fé, seja as de acreditar no divino, em Deus, em Deuses, não acreditar ou optar pelo direito de não decidir por tal escolha em cada singularidade humana. Ou seja, em hipótese alguma, perspectivas e diversidades religiosas, sejam elas quais forem, podem interferir ou indicar as políticas públicas em exercício e as leis votadas pelos parlamentos brasileiros.
Nos sentimos horrorizados e profundamente entristecidos com a notícia em diversas camadas de leitura – desde o fato da violência doméstica e trauma continuado sofrido pela menina, até o “disse-me-disse” do moralismo cruel, preconceituoso e intolerante que toma como onda imposta no país e no mundo. Ainda ressaltamos a coragem desta e de muitas meninas, mulheres que enfrentam o medo e as consequências de denunciar o abuso e seu abusador. Nos colocamos em apoio para que não se sintam sozinhas.