CINEMA

 

 

Por Roberta Dieguez

A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson
2017 ‧ Documentário
1h 45m
Direção: David France

O filme está disponível na Netflix

O texto foi escrito pela nossa colaboradora Roberta Dieguez¹, que já participou de uma sessão muito especial do Cineclube Marighella, realizada em junho de 2017, quando assistimos a “Milk, A Voz da Igualdade”, no IFF Campos, e debatemos sobre homofobia e a luta LGBT+.

 

O documentário revisita a morte e a trajetória de vida da ativista trans Marsha P. Johnson, que esteve na linha de frente da Revolta de Stonewall. Esse evento corresponde a uma série de protestos ocorridos em Nova York em 28 de junho de 1969, após uma batida policial em um bar chamado Stonewall Inn. O bar era controlado pela máfia e um dos poucos espaços onde gays, lésbicas, travestis e transexuais podiam se reunir e viver sua sexualidade e identidade de forma plena. A revolta de Stonewall é considerada o principal marco que deu origem à parada do orgulho gay, hoje conhecida como Parada LGBT+, sendo realizada em diversos países.

A morte de Marsha, após anos de ativismo pelos direitos e proteção da população LGBT+, ocorreu em condições suspeitas, mas a causa divulgada pela polícia, à época, foi suicídio. O resgate de sua história expõe uma triste realidade que persiste em diversos países, com especial destaque ao Brasil, que, hoje, lidera o ranking mundial de assassinatos de travestis e transexuais. Como o caso de Marsha, a morte de muitas pessoas trans permanece sem solução e recebe pouca atenção midiática ou da população. As manifestações que tiveram início em Stonewall foram um pontapé inicial para uma luta, infelizmente, ainda necessária. O orgulho e a visibilidade devem superar a vergonha e desumanização da população LGBT+, para que ninguém mais sofra violências ou seja assassinado por sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Ouça o podcast do cineclube Marighella acessando o site da Pressenza


¹ @rsdieguez