Organizações sugerem “Vacina do povo” que seria resultado de solidariedade global; apelo conjunto defende distribuição como essencial para evitar aumento da mortalidade.
As Nações Unidas e a Cruz Vermelha pediram união de governos, setor privado, organizações internacionais e sociedade civil para o que chamam de “Vacina do povo”.
Uma nota lançada esta terça-feira pede que aumentem esforços para desenvolver, testar e ampliar a produção de diagnósticos, tratamentos, remédios e vacinas seguros, eficazes, de qualidade e acessíveis para a Covid-19.
Solidariedade
As duas organizações realçam que a doença afeta pessoas em todo o mundo, mas o impacto é desproporcionalmente maior entre os mais frágeis. Diante da corrida por soluções de combater ao vírus, o pedido é que prevaleça “o espírito de solidariedade global e que ninguém seja deixado para trás”.
Esta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde notificou pelo menos 6.272.098 casos confirmados da doença e 379.044 mortes.
A ONU e a Cruz Vermelha querem que a “Vacina do povo” proteja “ricos nas cidades e os pobres nas comunidades rurais, idosos nos lares e jovens nos campos de refugiados.”
O comunicado defende que haja “um contrato social global” para a imunização contra o Covid-19 que seja “um imperativo moral” unindo a humanidade.
Vacina
O apelo sugere ainda que a colaboração e o compromisso em favor dessa vacina seja equilibrada e ajude a a manter a imunização contra doenças preveníveis.
Entre as consequências da pandemia estão as interrupções severas sofridas em serviços de imunização infantil em pelo menos 68 países. Outras 17 nações tiveram campanhas de sarampo suspensas.
Iniciativas de combate à poliomielite também foram suspensas em 38 países e como resultado disso pelo menos 80 milhões de crianças menores de um ano correm o risco de contrair doenças como sarampo, difteria e pólio.
Para as duas entidades, a entrega de vacinas deve ter prioridade como “uma ferramenta essencial” para evitar o aumento da mortalidade, particularmente em países de baixa renda e em crises humanitárias.
Imunização
O apelo destaca que a eficácia de intervenções biomédicas será parcial sem envolvimento das pessoas e apropriação da resposta à pandemia.
O pedido feito a governos e parceiros é que deem prioridade a investimentos em comunidades e garantam que todas as pessoas recebam o conhecimento, os recursos e as ferramentas para se protegerem. O comunicado defende até que haja uma vacina, a esperança de reduzir o impacto da Covid-19 dependerá muito do conhecimento e comportamento das pessoas e sua capacidade de resistir aos impactos diretos e secundários da pandemia.