Por Dayse Gomis
A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888. A data, no entanto, não é comemorada por nós do movimento negro. O motivo é óbvio, o desdobramento dispensado à essa população que se tornou “livre” no País. Não existiu nenhuma iniciativa ou política pública para reparar os danos causados pelo sequestro do continente africano. Não foram oferecidas as condições para se ter uma inserção digna na sociedade. Existiu sim o abandono total. Jogados à própria sorte.
A palavras “mimimi” ou “vitimização”, nos mostram a falta de informação e a ignorância (ou mau-caratismo mesmo), de quem descreve deste modo o processo doloroso que a população negra suportou e “superou”. O que redobra a apresentação de que a abolição foi exclusivamente simbólica.
Todo tipo de reparação é ainda pouco para quem teve de dar sua partida, a partir de um patamar muito baixo. O aceleramento desse processo com ações afirmativas, para que possamos sentir uma diminuição mais significativa das desigualdades é sempre necessário.
Nos dias atuais, em diversos ponto de poder temos lideranças que não nos representam: inclusive na Fundação Palmares, presidente que insiste em “homenagear a libertadora e mui bondosa princesa Isabel”. Anos de luta, sangue derramado, dor e conquista para mais um retrocesso. Não se pode aceitar. Isto é uma afrontosa declaração de guerra a toda população negra e movimentos sociais.
Hoje dia 13 de Maio é dia de denunciar o racismo, é ainda dia de luta. Somente isso!
“Por menos que conte a história
Não te esqueço meu povo
Se Palmares não vive mais
Faremos Palmares de novo.”
José Carlos Limeira