Por Mario Utida
Em 2020, a Festa de Yemanjá, celebrada no dia 2 de fevereiro, torna-se Patrimônio Cultural da cidade de Salvador. O reconhecimento desta tradicional festa aconteceu neste sábado, dia 1º, na colônia de pescadores do Rio Vermelho. A aprovação ocorre através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), ligada à Prefeitura de Salvador. O objetivo é implementar ações junto aos pescadores para preservar toda a tradição da festa, que é celebrada desde a década de 1920.
As baianas do acarajé de Salvador têm uma participação importante nesse processo. Elas já são reconhecidas como patrimônio imaterial nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e também no Estado da Bahia. A coordenadora nacional da Associação Nacional das Baianas do Acarajé (Abam), Noélia Pires da Silva, 61 anos, explica que a Festa de Yemanjá é importante ao candomblé porque é a única festa que não há sincretismo religioso com outros santos católicos, como por exemplo, a festa de Santa Bárbara, que é ligada a Yánsàn e a do Senhor do Bonfim, ligada a Oxalá. “A Festa de Yemanjá é a única que é estritamente ligada a religião do candomblé. Ela é pura”, diz.
Noélia também explica sobre a importância de Yemanjá para o candomblé. “Yemanjá é a Orixá que cuida e protege o nosso ori, nossa cabeça”.
A preparação começa dias antes nos terreiros de candomblé, com as filhas de santo e as baianas, que preparam os balaios com os presentes que são levados ao mar pelos pescadores.
Foto: Mario Utida / Mídia NINJA
Tradição
A tradição da Festa de Yemanjá começou por um pequeno número de pescadores do Rio Vermelho, na Bahia, que resolveu presentear a “Mãe das Águas” para pedir fartura de peixes e mar tranquilo. A tradição cresceu e na década de 1950 foi oficializada como Festa de Yemanjá.
Atualmente, a festa recebe cerca de 700 mil pessoas no dia 2 de fevereiro, na praia do Rio Vermelho, e atrai pessoas de toda parte do país e do mundo.
Programação
Os festejos iniciam neste sábado (1º) com a abertura do caramanchão montado ao lado da Casa de Yemanjá, na praia do Rio Vermelho. O caramanchão é um barracão ornado onde os devotos depositam os presentes que, no dia seguinte, serão depositados no mar pelos pescadores.
Às 5h da manhã do dia 2 está programada a queima de fogos. A procissão para entrega do presente principal, com os milhares de balaios dos devotos, será a partir das 15h30.