Desde a terça-feira, dia 17 de dezembro, o Acampamento Pátria Livre e o Acampamento Zequinha, localizados em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram invadidos por viaturas da Polícia Militar, que montaram um cerco, intimidando as famílias, com o uso de violência e da tropa de choque.
Na tarde da terça-feira, as famílias das crianças formandas da Escola Elizabeth Teixeira foram acoadas pela polícia, que tentou interrogar os pais no dia da comemoração. Não foi apresentado nenhum tipo de mandado para entrar nas áreas e nesse momento a Polícia impede a circulação das pessoas, cerceando a liberdade de ir e vir.
O clima é de terror e as pessoas tem circulado pela área em grupos, com medo de uma abordagem violenta. Na madrugada, a polícia violou a portaria do acampamento Pátria Livre para tentar arrancar a bandeira do MST.
A ronda da polícia perdurou toda a noite. Eles assediaram as mulheres, proferiram comentários degradantes para tentar as humilhar. Porém, todos e todas seguem firmes, ocupando o território, plantando e trabalhando na terra, como fazem todos os dias.
A Polícia Militar afirma que a ação não tem relação com a vistoria do Juiz Walter Zwicker Esbaille Jr., marcada para o dia 21 de janeiro. Afirmam também a permanência na área amedrontando as famílias, sob a desculpa de proteção. A Audiência de Conciliação, no dia 23 de janeiro, no Fórum Lafayette, é a única intimação jurídica da área.
Desde o dia 26 de julho de 2017 as famílias ocupam as terras do corrupto Eike Batista para reivindicar que só a reforma agrária popular é capaz de transformar a vida das famílias trabalhadoras, com a produção de alimentos saudáveis e combate ao modelo de mineração predatório que não gera recursos financeiros e sociais para os territórios minerados. O MST de Minas Gerais não vai abrir mão da sua decisão de lutar pela democratização da terra e pela soberania brasileira sobre seu território e seus bens naturais. A justiça na terra se faz com reforma agrária.