O 41ú Festival Internacional de Novo Cinema Latino-Americano destaca hoje o significado cultural do movimento social de 1968 no México, com a exibição de um documentário do diretor Joaquín Guzmán.
A peça de 75 minutos é intitulada A Canção Proibida do México 68 e fornece uma visão dos eventos que ocorreram em 2 de outubro daquele ano, quando o governo mexicano reprimiu brutal e excessivamente um movimento estudantil esperançoso na possibilidade de um mundo melhor

 

Do desentendimento entre o governo e a base de estudantes, surgiram histórias muito tristes; mas, ao mesmo tempo, a cultura teve um papel essencial na comunicação de idéias revolucionárias.

Música e música estiveram presentes em mobilizações, assembléias, comícios e marchas, acompanhando a luta e a resistência, gravando em uma canção as atividades do movimento que culminou no massacre de 2 de outubro em Tlatelolco.

Para Guzmán, cantar é uma maneira de contar a história, então ele decidiu explorar a música que cercava o movimento estudantil e descreve as expressões de gêneros como trova, folk e música tradicional mexicana, convertidos na época em uma ferramenta para protesto

O diretor fez este documentário no ano passado, no 50ú aniversário do movimento estudantil de 1968.

A critério de vários historiadores, isso não pode ser analisado, exceto no contexto marcado pela Guerra Fria, o nascimento da música rock, o uso de drogas, Cuba como emblema revolucionário na América, os custos humanos da guerra no Vietnã, o choque entre jovens e a velha geração de governantes.

Os tumultos na Alemanha, os estudantes icônicos marcham na França, os protestos nos Estados Unidos no ano em que Martin Luther King e Robert Kennedy foram assassinados, tudo coincidiu.

O governo mexicano da época, liderado por Gustavo Díaz, mentiu sobre o movimento estudantil criado naquele país, que na verdade era democratizante e cívico, para que os jovens tivessem apoio popular.

Os intelectuais tiveram um papel fundamental, porque foram autorizados a dizer mais do que jornalistas e tornaram-se uma espécie de porta-voz odiados pelo poder.

Como se sabe, a repressão desencadeada foi brutal e, embora 1968 não tenha acabado mudando o cenário político e social do país, suas pegadas ainda são reconhecidas no mundo como um momento em que a imaginação subiu ao poder e alguns velhos paradigmas foram quebrados. , para sempre.

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