Por Michele Carvalho / Brasil de Fato
Atividade integra a jornada de lutas do movimento dos Atingidos por Barragens
Desde a última sexta-feira (25), cerca de 300 mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) estão reunidas na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), em busca de soluções para os impactos dos crimes das mineradoras sobre a vida das mulheres. Para isso, elas pretendem elaborar um plano de lutas conjunto para fazer resistência às ações das empresas.
A atividade começou em Brumadinho (MG), com uma homenagem às vítimas do crime da Vale na cidade, que completou nove meses na sexta-feira (25). Após uma caminhada até a entrada do município, as manifestantes entregaram flores aos familiares dos que perderam a vida na tragédia.
“Nós, mulheres do MAB, viemos prestar solidariedade às famílias das vítimas desse crime, mas principalmente para denunciar que a Vale é reincidente no crime, e é preciso fazer justiça. E nesse contexto, as mulheres são as mais prejudicadas”, disse Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB, em entrevista para a assessoria do próprio Movimento.
Elas elaboram plano para amenizar impactos dos crimes da Vale sobre a vida das mulheres./Foto: Mídia Ninja e Comunicação MAB.
Neste sábado (26), as manifestantes se dedicam ao debate, a troca de experiências de resistências em seus territórios, os problemas causados pelo atual modelo energético no Brasil e no mundo. Elas também definirão uma estratégia de luta das mulheres atingidas para enfrentar os próximos desafios.
O ato faz parte da jornada de lutas do movimento dos Atingidos por Barragens, que começou agora no mês de outubro e segue até março de 2020. Chamada de “A Vale destrói, o povo constrói”, a atividade também inclui a construção de uma casa para uma família atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, em Barra Longa. O MAB está em campanha de financiamento coletivo para levantar fundos para ação através do catarse.me/opovoconstroi.