Após o anúncio oficial das novas medidas econômicas, sobretudo a liberação do subsídio aos preços da gasolina e do diesel, a união nacional de transportadores decidiu paralisar suas atividades deixando sem transporte público a maior parte do território nacional. 

Desde as primeiras horas de ontem, quinta-feira 3 de outubro, foram observados bloqueios nas estradas, queima de pneus e reivindicação de grupos de motoristas pela revogação imediata da medida econômica imposta pelo governo.

Durante o dia, manifestantes se uniram a esses protestos e caminharam até o Palácio de Carondelet a fim de rejeitar as políticas econômicas favoráveis ao FMI. Estudantes da Universidade Central, principalmente, reuniram-se no centro da capital em direção ao Palácio do Governo. 

Em resposta a esses protestos, o governo dispôs de um contingente policial para restaurar a ordem e conter os tumultos. Abuso e repressão da força policial com atos violentos contra os manifestantes expandiram-se para a imprensa, especialmente colegas fotojornalistas que estavam trabalhando. 

À tarde, o presidente Lenín Moreno decretou estado de exceção com prazo de 60 dias e argumentou que não haverá como voltar atrás com os decretos realizados. Consequentemente, ao longo do dia, os confrontos entre os civis e a polícia se intensificaram resultando num número considerável de pessoas presas e feridas. Aqueles de nós que estão nas ruas são os que vivem essa luta diariamente. Todas as pessoas que foram às ruas são trabalhadores, pais e mães, estudantes e jovens que se cansaram do autoritarismo e cinismo deste governo, que cuidou de todos os interesses, exceto os do povo equatoriano. Esses protestos são o acúmulo de indignação preso num fôlego há mais de 10 anos que finalmente explodiu ontem exigindo uma política digna para o país. 

Veja a reportagem completa em: 

https://medium.com/@fotofluxus/paro-nacional-l-grito-del-pueblo-a-las-calles-449589e0d084

Tradução Karina Rebouças