Presidente ainda convocou reunião no palácio do governo para estudar soluções; presidente do Partido Comunista do Chile diz que mandatário deve renunciar

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, anunciou neste sábado (19/10) a elaboração de um plano que, segundo o governo, busca “mitigar o efeito que a alta o preço da passagem do Metrô teve nos setores mais vulneráveis”.

A declaração do mandatário vem após mais um dia de protestos contra o aumento na tarifa do Metrô e forte repressão por parte das forças de segurança chilenas. Na madrugada deste sábado, Piñera decretou estado de emergência no país para conter as manifestações.

Por sua vez, o presidente do Partido Comunista do Chile, o deputado Guilermo Teillier, condenou o decreto presidencial e afirmou que, se Piñera não pode governar, “o melhor seria que renunciasse e chamasse novas eleições”.

“O presidente deve suspender o Estado de Emergência agora, porque o povo já não acredita nele. Tenho a impressão de que o povo não tem medo, não teme a repressão. Então, se ele [Piñera] está renunciando governar, […] o melhor seria que renunciasse e chamasse novas eleições agora que o povo, com o sentimento que tem no dia de hoje, escolha um novo governante”, disse o parlamentar.

Segundo dados do governo, a repressão aos protestos já deixou mais de 160 pessoas feridas e cerca de 300 presos.

Segundo o jornal La Tercera, o presidente do Chile ainda convocou uma reunião com parlamentares e prefeitos aliados para discutir soluções e desdobramentos do estado de emergência.

Repressão

Neste sábado, apesar do decreto de estado de emergência implementado pelo governo, novos protestos tomaram as ruas de Santiago, capital chilena, e foram alvos de mais repressão da polícia.

Em Concepción, região metropolitana de Santiago, os manifestantes montaram barricadas para se proteger da ação das forças de segurança. Na mesma região, um quartel da polícia foi apedrejado e diversos ônibus foram incendiados.

Nesta sexta-feira, diversas estações de metrô da capital foram ocupadas por manifestantes, que foram reprimidos pela polícia. Cerca de 40 estações metroviárias ficaram afetadas por conta dos episódios de violência, o que fez o metrô suspender as atividades neste sábado.

Frente Ampla

Ainda nesta manhã, a coalizão oposicionista Frente Ampla, realizou uma reunião para discutir a postura da legenda frente aos protestos.

Segundo a porta-voz da FA e ex-candidata à presidência, Beatriz Sánchez, “o governo renunciou à democracia” e as manifestações marcam “uma linha divisória” no país.

“Nós, como Frente Ampla, dizemos claramente que estamos com o povo”, afirmou Sánchez. Segundo a opositora, “a tarifa do Metrô é só a ponta do iceberg que tem a ver com abusos muito mais profundos e que datam de muito tempo atrás”.

 

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