Estudo realizado em mais de 130 países destaca benefícios à saúde e economia gerados pelo aleitamento materno
Você sabia que se todos os bebês que nascessem no mundo fossem amamentados exclusivamente por leite materno, ou seja, sem nenhum outro leite artificial até os seis meses de idade, a humanidade pouparia 1 bilhão de dólares por ano? Essa afirmação é do estudo “O custo de não amamentar” publicado em junho de 2019 pela revista Política de Saúde e Planejamento de Oxford que analisou 130 países.
Diversas pesquisas já demonstraram que o aleitamento materno reduz o risco de infecções infantis, como diarreia e pneumonia, bem como minimiza os danos relacionados à nutrição para o desenvolvimento cognitivo na primeira infância. E este estudo constatou que a não amamentação acarretou em 166 milhões de casos evitáveis de diarreia e 9 milhões de casos evitáveis de pneumonia em crianças com menos de dois anos de idade. Desses casos 595 379 resultaram em mortes infantis, sendo 38% por diarreia e 62% por pneumonia ao ano. Do total global de mortalidade infantil, mais de 56% ocorre na África Subsaariana e 64% em países em desenvolvimento.
O material publicado corrobora com pesquisas que apontam entre os benefícios da amamentação para as mulheres: a redução do risco de hemorragia e depressão pós-parto, além de reduzir o risco de câncer de mama, câncer de ovário e Diabetes tipo 2. O estudo estima ainda que 98 243 vidas de mulheres seriam poupadas através da amamentação.
Por estas razões, a Organização Mundial de Saúde e a UNICEF recomendam o início do aleitamento materno a partir da primeira hora após o nascimento até os primeiros seis meses de vida, de forma exclusiva, e a manutenção conjuntamente com a introdução alimentar até os dois anos ou mais.
É importante que toda a sociedade reflita sobre esses dados, uma vez que o êxito da amamentação é responsabilidade de todas e todos. Não podemos culpabilizar nem responsabilizar as mulheres por isso, uma vez que levar adiante a amamentação pode ser um processo cansativo e solitário que termina fracassando. Também é importante pensar sobre a autonomia do corpo materno: Algumas mulheres mesmo que informadas sobre os benefícios da amamentação, para elas e para os bebês, podem não querer amamentar e estão em seu direito. Mas a realidade é que a maioria das mulheres querem amamentar e não encontram condições e suporte para levar isso adiante.
O Quadro de Investimento para a Nutrição do Banco Mundial estima ser necessário o investimento em financiamento adicional de US$ 5,7 milhões entre 2016 e 2025 para atingir a meta da OMS para 2025 que pretende garantir que 50% dos bebês no mundo sejam amamentados exclusivamente de leite materno até os seis meses de idade. Esse investimento servirá para limitar o marketing de fórmulas artificiais, apoiar a licença maternidade remunerada, fortalecer os sistemas de saúde e apoiar as mães nas suas necessidades.