[ALERTA: O TEXTO CONTÉM DOSES HOMEOPÁTICAS DE IRONIA]

Em recente viagem à Argentina, o então mandatário brasileiro, afirmou considerar uma moeda entre os dois países. Seria o surreal? Para fins de comparação, o euro, implantado no bloco europeu só foi possível após décadas de adequações entre os diferentes sistemas financeiros dos países locais. A fala de Bolsonaro, poderia ser por outro motivo: aumentar a popularidade de Macri frente a aguda crise econômica vivida nas terras de Maradona. Uma tentativa de frear a volta de Cristina Kirchner ao poder, e uma mudança na estrutura de poder neoliberal que se implantou na nação vizinha. Que tanto temem os gringos e os mecanismos de controle financeiro internacional, como o FMI e o Banco Mundial.

Em outra cortina de fumaça, o brasileiro levou um projeto que altera o Código Brasileiro de Trânsito e prevê o fim de multas para quem não utiliza as cadeirinhas de criança. O único problema é que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso do aparelho reduz em 60% as mortes de crianças. Ora, ora, talvez se libere o surfe em cima dos trens, prática comum em algumas estações de trem de São Paulo. Ou talvez o fim das multas para quem não usa cinto de segurança, e por que não liberar o uso do celular ao volante, assim a pessoa pode fazer uber e trabalhar para um Call Center, ao mesmo, como nunca ninguém pensou nisso antes!

Por de trás das cortinas de fumaça temos uma reforma brutal do sistema previdenciário, o sucateamento do Estado, com a venda de estatais a preços irrisórios.

As tentativas de ganhar prestígio ocorrem após inúmeras pesquisas apontarem a queda de popularidade do presidente, inclusive entre os mais ricos, setor que lhe garantiu as noites no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente brasileiro. O mesmo que ocorre com Macri, que não obtém apoio nem em seu próprio partido para uma candidatura. Enquanto se discute a criação de uma moeda entre os dois países, que poderia ser boa se não fosse implementada deste jeito, e com este objetivo de ganhar popularidade para uma eleição, milhões de brasileiros e argentinos estão passando por graves dificuldades financeiras.

E por fim: se criada uma moeda entre Macri e Bolsonaro, seria então chamada de peso-laranja? ou de Laranja-real? Eis uma questão!

por Zigfrid