Por Daniel Zen
O futuro Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Diplomata Ernesto Araújo, mantém um blog onde escreve sobre diversos assuntos. Nele, já compartilhou sua opinião de que o aquecimento global e as mudanças climáticas que o mundo vem sofrendo seriam uma “trama marxista” e a Europa, “um espaço culturalmente vazio”.
Além disso, afirma que o nazismo é uma “ideologia de esquerda” (todos sabem – e a própria Embaixada Alemã no Brasil fez questão de divulgar um esclarecimento público, em vídeo, sobre isso – que o Nazismo foi um regime de extrema direita); e defende a diplomacia com povos de outros planetas: crê em discos voadores, que teriam estado presentes à uma reunião secreta na ONU, dentre outras excentricidades.
Um diplomata, pós-graduado em Relações Internacionais (especialização obrigatória, como curso de formação, para ingresso na carreira) que escreve algo assim, sem nenhum fundamento ou embasamento teórico-científico, tinha de ser exonerado, a bem do serviço público, e não alçado a condição de Chanceler! Fico me perguntando como que tal profissional foi aprovado no exame psicotécnico…
Ou seja: a chancelaria do Reich Bolsonarista será entregue ao pior dos piores dentro do serviço brasileiro de diplomacia.
Não bastasse isso, mais uma dose de obscurantismo, justo na pasta mais importante e sensível da Esplanada: o futuro Ministro da Educação acredita que o projeto de lei denominado “Escola sem Partido” (em verdade, Escola com Partido Único, o deles – ou Escola com Mordaça) é “providência fundamental”; que o Golpe de 64 foi um “evento a ser comemorado”; e que o Enem é um “instrumento de ideologização”. Defendeu, certa vez, que escolas públicas possuíssem “Conselhos de Ética que zelassem pela reta educação moral dos alunos”.
Em comum, os nomes de ambos os futuros ministros são indicações do pseudo-intelectual de pensamento mais truncado e obtuso do Brasil: o teórico da conspiração Olavo de Carvalho.
Enquanto isso, vejo intelectuais e gestores sérios da educação pública brasileira cheios de dedos para fazer críticas a esse desastre, porque “não podemos torcer contra” ou porque a “esperança é a última que morre”. Enquanto esses douram a pílula, a escalada em direção ao fundamentalismo religioso e ao obscurantismo segue firme, junto ao comportamento de manada dos passistas da marcha da insensatez, que conduz, a todos nós, à tragédia anunciada que será o futuro governo que ainda nem começou: um mergulho profundo nas trevas, na escuridão.
Me desculpem os cheios de pudores e pruridos. Mas, não dá pra calar diante de tamanho disparate.