Filme narra encarceramento do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica na época da ditadura
A dura experiência de encarceramento vivida pelo ex-presidente do Uruguai José Alberto Mujica (Antonio de la Torre), Mauricio Rosencof (Chino Darín) e Eleuterio Fernández Huidobro (Alfonso Tort), na época, três guerrilheiros tupamaros presos pela ditadura militar uruguaia (1973-1985), se transformou no filme Uma noite de 12 anos, co-produção entre Argentina, Uruguai e Espanha. O filme foi uma das sensações do Festival de Veneza, realizada no início de setembro e que contou com a presença do próprio ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. Lá, foi exibido também o documentário El Pepe, una vida suprema (ainda sem previsão de estreia no Brasil), dirigido pelo sérvio Emir Kusturica.
Uma noite de 12 anos tem em seu elenco artistas conhecidos do público brasileiro, como César Troncoso, Soledad Villamil e Chino Darín. A direção é de Álvaro Brechner, o mesmo de Sr. Kaplan (2014), comédia em que um senhor judeu inicia uma investigação por conta própria após se convencer que um de seus vizinhos é um nazista escondido no Uruguai.
Em seu novo filme, Brechner construiu uma atmosfera totalmente diferente da anterior, mudando da comédia para a tensão de uma narrativa asfixiante. O diretor começou a elaborar o projeto em 2011. E as filmagens foram duras, enfrentando, por exemplo, temperaturas baixíssimas nas cenas rodadas na Espanha. Além disso, os três atores principais precisaram emagrecer muito para trazer mais veracidade aos personagens.
Desde o início, o que mais chama a atenção em Uma noite de 12 anos é a opção em se desviar do típico thriller de enredo político, estilo consagrado em muitos filmes da América Latina que revisitam o período de repressão. Aqui, o foco principal é o drama psicológico dos três prisioneiros submetidos à privação total de direitos enquanto foram mantidos reféns do regime militar.
Entre as práticas terríveis e desumanas, foram proibidos de falar entre si e com guardas das prisões por onde passaram. As condições de higiene eram precárias, negava-se comida, banho, e, em casos extremos, as “acomodações” sequer tinham as condições mínimas necessárias para abrigar um detento, parecendo-se mais com masmorras medievais.
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