Luzes, palavras de ordem e um abraço coletivo pela paz e não violência no Brasil. Este foi o pedido expressado por mais de 100 pessoas na noite desta sexta-feira (5), no bairro São Geraldo, em Porto Alegre. Acadêmicos, artistas e comunidade do Vila Flores lançaram a campanha #paravirarojogo na capital gaúcha. A mesma foi lançada há uma semana no Circo Voador, no Rio de Janeiro, pela liderança dos Institutos Igarapé e Fidedigna. A intenção foi fazer um alerta para a importância de um projeto de governo voltado a cultura de paz e preservação da vida nestas eleições.
Antes do ato, a doutora em Administração Pública e Governo pela FGV, Melina Risso lançou seu livro “Segurança Pública – para virar o jogo”, que apresenta um panorama do sistema de segurança pública e justiça criminal no Brasil. O livro também procura responder às perguntas: por que o Estado não consegue proteger seus cidadãos? Que fatores potencializam essa realidade trágica? Quem governa a segurança? Evidências e exemplos de sucesso no Brasil e no mundo mostram que segurança pública vai além de polícia na rua − também é questão de informação, prevenção e investigação.
A proposta do Igarapé, Fidedigna e outras sete organizações não governamentais (Sou da Paz, Visão Global, Promundo, Alana, Luta pela Paz, Embaixada da Paz e ISER) foi apresentar outra linguagem e evidências sobre o tema para reforçar o alerta dos especialistas já feitos por meio de estudos como a Agenda RS Pela Paz, lançada em Porto Alegre em agosto.
O Brasil é campeão mundial em homicídios com mais de 63 mil homicídios no último ano, um triste recorde que sustenta há anos. Esse é apenas um dos indicadores da criminalidade que desafia a sociedade diariamente. Ilona Szabó e Melina Risso mostram no livro “Segurança pública para virar o jogo” que há caminhos e soluções possíveis para reverter o atual cenário.
O lançamento foi acompanhado de um painel com Melina Risso, a diretora do Instituto Fidedigna, Aline Kerber, o diretor Estadual de Homicídios, Paulo Grillo e o MC Rafa Rafuagi. Após o debate, o rapper promoveu um show com letra crítica aos direitos que consideram terem retirados da bandeira nacional e da democracia brasileira. “Vim avisar que povo que não tem virtude acaba por escravizar”, entoou o rapper acompanhado de luzes e bandeiras com as palavras Ordem, Amor e Progresso caindo do prédio.