Nossos sonhos não cabem em suas urnas.
Entrevista com Régis Marques, pré-candidato a deputado estadual por São Paulo. Régis é integrante do Movimento Humanista, está organizando uma Dobradona com outras candidaturas independentes do PSOL e tem como uma de suas principais bandeiras a formação de gabinetes nas periferias.
Pressenza – Qual a sua trajetória e seus motivos para entrar na disputa política?
Régis Marques – Minha trajetória tem início em 1999, quando ingresso no Movimento Humanista. Nestes quase 20 anos, participei do Movimento Estudantil, em movimentos sociais e na luta por uma educação pública de qualidade. Nos últimos anos, me dediquei a democratização da mídia e ao trabalho nas periferias, principalmente na periferia de Cubatão, onde estamos transformando a realidade das escolas públicas. Hoje, a escola que dirijo atende mais de 400 crianças e adolescentes. Meu motivo para entrar na disputa política é a luta contra a traição que vivemos nos dias atuais, quando os políticos de carreira só aparecem em tempos eleitorais e depois somem. Por isso, o objetivo é criar os Gabinetes das Periferias, para formar candidatos que morem na periferia, dar voz ao povo, para ouvir seus anseios e lutar por uma sociedade mais justa.
Pressenza – Como se encontram as periferias brasileiras?
Régis Marques – Como sempre, as periferias se encontram às margens da sociedade, esquecidas pelo poder público. Posso falar isso com conhecimento de causa, pois há anos trabalho nas periferias e vejo que dificilmente existem opções de lazer e cultura. Nas periferias tem muitas pessoas boas, trabalhadores, que buscam uma vida digna. Porém não são ouvidas.
Pressenza – O que é um gabinete da periferia, para que ele serve e quais são os seus objetivos?
Régis Marques – O Gabinete da Periferia é um espaço onde os moradores dos bairro terão a possibilidade de apresentar suas propostas, denunciar o que vem acontecendo de errado no seu bairro e se organizar politicamente para solicitar as melhorias necessárias para beneficiar a vida dos moradores. Os Gabinetes farão constantemente consultas populares e com ajuda de advogados voluntários irão cobrar do poder público as soluções.