Sara Bizarro, membro da BIEN e USBIG e pesquisadora do CEPS, fala sobre diferentes abordagens para a renda básica nos EUA e Europa
Nascida em Portugal, mas morando nos Estados Unidos, Sara Bizarro acredita que o crescimento da renda básica é cada vez mais surpreendente. Segundo ela, nos Estados Unidos o tema é mais frequente desde que importantes políticos como Hillary Clinton e Barack Obama já discutiram o assunto. Em Portugal, por outro lado, o único partido que defende é o Pessoas Natureza e Animais (PAN), mas outros reconhecem que isso é algo que deve ser debatido.
A abordagem também depende de nuances culturais. Como a sociedade norte-americana tradicionalmente atribui muito valor ao trabalho – seu status depende do que faz para ganhar a vida – a Renda Básica é vista como uma forma de as pessoas encontrarem um emprego que acreditam ser significativo para elas. O sistema anti-paternalista é também um ponto a favor. Como eles são principalmente contra a intervenção no comportamento individual, dão dinheiro às pessoas para que possam decidir o que fazer com ele. Na Europa é diferente, há mais consciência social onde a ideia é encontrar as melhores condições para o trabalho.
De qualquer forma, há uma tendência a aceitar a Renda Básica, que permite que mais pessoas façam planos para suas vidas, já que é muito difícil pensar no futuro quando não há segurança de renda básica.