Por Miguel Salay
Na Guatemala foram assassinados seis líderes comunitários em menos de um mês. O país se encontra convulsionado em meio a tragédias como a da erupção do vulcão de Fuego.
A Guatemala está perplexa diante de problemas de extrema violência como o assassinato de seis líderes comunitários em menos de um mês, as duas organizações a quais pertenciam os camponeses são: o Comitê de Desenvolvimento Camponês (CODECA) e o Comitê Camponês do Altiplano (CCDA), que responsabilizaram ao presidente Jimmy Morales.
As vítimas carregavam como bandeira comum a luta pelo acesso à terra, a nacionalização da energia elétrica e a luta contra a desapropriação de camponeses, que tem sido cada vez mais comum nas áreas rurais do país e que pode levar a uma escalada da violência.
Os assassinatos recordam os massacres ocorridos em 1983, quando camponeses e indígenas guatemaltecos foram perseguidos e assassinados por se vincularem a grupos de resistência, episódio que à época fez 200 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos.
Outros líderes comunitários que expressaram seu descontentamento em relação a atividades extrativistas predatórias e se opuseram à construção de hidrelétricas em comunidades indígenas foram arbitrariamente presos por vários meses sem julgamento ou sentença.
O Ministério Público e o presidente da República ainda não se pronunciaram sobre a onda de assassinatos. Sobretudo, porque nos últimos meses se agravaram as diferenças entre o Executivo e os grupos de camponeses.