por Vinícius B. C.
O SUS pede socorro. O desmonte da saúde para torna-se nítido. O objetivo mais claro ainda desobstruir o caminho para a iniciativa privada.
A emenda constitucional 241 aprovada em 2016 simbolizou o congelamento das contas públicas. A justificativa trazida pelo poder executivo era que isso traria um controle dos gastos e auxiliaria na retomada do crescimento econômico.
Segundo análises técnicas, a iniciativa nunca havia sido tentada no mundo em tal escala. Em muito dos casos, houve na verdade uma degradação das condições de vida, engendrando agudas crises. O governo federal encabeçado pelo golpismo vendia mais uma vez uma falsa imagem de milagre.
Os efeitos das despolítcas públicas começam a aparecer. O Hospital São Paulo, um dos mais importantes centros de tratamento hospitalar brasileiro e que é administrado pela UNIFESP, teve seu pronto socorro fechado.
Com uma dívida na casa das dezenas de milhões (aproximadamente 150 milhões de reais!), a unidade carece dos insumos mais elementares para o tratamento de pacientes.
Houve uma moção da Alesp – Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo – em defesa da unidade hospitar, exigindo recursos dos entes federativos para garantir o funcionamento do que é um centro de referência no tratamento de diversos patologias. Também ocorreu no dia 08 de junho um protesto de cerca de 400 estudantes da Universidade.
Soraya Smaili, reitora da Unifesp disse sobre o assunto:
“O corte desta verba causará severos prejuízos as diversas atividades da instituição nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e assistência à saúde, prejudicando estudantes, pesquisadores e pacientes. A verba do Rehuf é destinada principalmente para este fim, para apoiar os hospitais universitários em suas ações de ensino. O Hospital São Paulo é um hospital universitário desde a sua fundação e ele não pode desistir de sua missão”.
O Hospital atendia em média 1,5 mil pessoas por dia em seu PS, pronto socorro. Presta assistência para 11 especialidades. 373 mil atendimentos foram realizados no ano de 2016. O desmonte do SUS simboliza um retrocesso gigantesco. Querem sucatear o sistema para depois privatizá-lo. Tal atitude não é antiga. Não podemos deixar que nosso sistema de saúde seja destruído.
O SUS simbolizou um grande avanço em termos legislativos em escala global. O sistema brasileiro é tido como modelo para muitos países.
Não ao retrocesso. A saúde é um direito de todos.