O apocalipse político paira Brasília. Após as divulgações de áudios envolvendo o presidente Michel Temer e o senador mineiro Aécio Neves, a classe política entrou em pânico. Pelo o que parece ser um golpe dentro do golpe.
No audio de 38 minutos divulgados por um jornal on-line, o presidente e o empresário Joesley Batista, aparecem conversando sobre a situação do deputado cassado Eduardo Cunha. O ex-presidente da câmara foi vital para o processo de impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff. Além disso, tinha conhecimento enciclopédico sobre os esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro que envolviam políticos de todo o espectro político. De modo que seria vital para a manutenção do golpe mantê-lo de boca fechada. Joesley afirma ao presidente que está mantendo Eduardo Cunha sob controle e o chefe do executivo simplesmente diz que deve-se manter isso. Em outra palavras – está de acordo com a prática de subornos, que é criminosa.
Além disso, há indícios de vazamento de informações privilegiadas para o empresário. Temer teria se encontrado com o mesmo e anunciado a queda da taxa de juros, informação que nem mesmo o presidente deveria saber, pois o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom), órgão que regula a taxa de juros no país deve ter, segundo a legislação, autonomia para atuar. De modo que o presidente não deveria ter acesso a tal informação, e muito menos divulgá-la. Tal ato configura o crime de uso de informação privilegiada.
O senador tucano foi o mais infeliz. Fora afastado por decisão do STF e teve seu primo e irmã presos. Em uma conversa gravada com o mesmo empresário, pede uma quantia de dois milhões de reais para o pagamento de despesas contraídas junto a advogados. Relata ainda um acordão entre os partidos para cessar a sangria causada pela operação Lava Jato.
O episódio aprofundou a crise constitucional brasileira existente desde o golpe de 2016. Ao povo brasileiro resta apenas uma saída – a ocupação das ruas e o pedido por novas eleições. Apenas as mesmas poderão trazer um governo legítimo.
Apesar da aguda crise política, Michel Temer insiste em continuar na presidência. Houve a debandada de alguns partidos, porém o presidente golpista segue com o apoio de partidos de peso. Apenas a mobilização popular poderá trazer uma solução para essa crise. Apenas a ocupação das ruas, praças e avenidas pelo povo fará a mudança necessária ocorrer.
Terminamos com a lembrança do texto constitucional que em seu primeiro artigo afirma que todo o poder emana do povo. Sendo assim, apenas o povo poderá tirar Michel Temer do poder, ele e todo o projeto que representa, em outras palavras o sucateamento da máquina pública como o desmanche da educação, saúde e previdência. Políticas que prejudicam a classe trabalhadora em um dos países mais desiguais do mundo. O povo brasileiro não vai tolerar mais isso.
Por novas eleições,
Diretas já!