Por RBA, Rede Brasil Atual

Não é só paralisação de transportes que evidencia adesão. Trânsito está muito abaixo do normal. Fábricas e escolas amanhecem paradas. País dá um recado sem precedentes ao governo sem voto.

Capitais e principais cidades do país amanheceram paralisadas nesta sexta-feira (28), dia da greve geral convocada pelas frentes populares em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer. Em São Paulo, linhas do metrô, ônibus e trens não circulam – com exceção da Linha 4 do metrô, que funciona normalmente. Estradas que dão acesso à cidade e avenidas foram trancadas.

Na Marginal Tietê, as pistas central e expressa foram bloqueadas na altura da Rodoviária Tietê. As avenidas Francisco Morato, do Estado e Tiradentes (centro) também estão bloqueadas. Manifestações também interditaram as avenidas Vital Brasil, Brigadeiro Faria Lima e Ragueb Chohfi e a Estrada do M’ Boi Mirim, todas na zona sul. No centro, foram fechadas a avenida Higienópolis e a rua Coronel Xavier de Toledo, junto ao Viaduto do Chá.

Terminal Barra Funda (Linha 3-Vermelha do Metrô e Linhas 7, 8 e 10 da CPTM). Foto RBA

Terminal Bandeira, um dos mais movimentados de São Paulo, está completamente paralisado. Brasil de Fato

Fábricas da base dos químicos do ABC começam o dia paradas. Foto Químicos do ABC

Corredor de trólebus da Avenida Faria Lima, em São Bernardo do Campo, vazio nas primeiras horas do dia. Foto Roberto Parizotti/CUT

Químicos de São Paulo fazem caminhada em Santo Amaro, zona sul da capital. Foto Químicos SP

Avenida Nove de Julho, centro de São Paulo. Foto Arquivo pessoal

Indígenas da Aldeia Guarani Tekoa Pyau fecham a Estrada Turística do Jaraguá, na zona oeste de São Paulo. Foto Brasil de Fato

Na avenida Giovanni Gronchi, na zona sul de São Paulo, o MTST realizou um trancaço por volta das 5h. Foto Mídia NINJA

As rodovias Anhanguera (na região de Jundiaí, sentido São Paulo), Dutra (em Guarulhos e São José dos Campos), Régis Bittencourt (em Taboão da Serra e Embú das Artes), Anchieta (sentido litoral), Cônego Domênico Rangoni (no litoral sul), também estão bloqueadas.

Por volta das 8h15, Wagner Fajardo, dirigente do Sindicato dos Metroviários, em entrevista à Rádio Brasil Atual, fez um balanço das primeiras horas de paralisação. “Já podemos considerar que a greve é um sucesso. A adesão dos trabalhadores foi muito grande, todas as linhas estão completamente paradas. E a população compreendeu a greve e não está chegando em grande quantidade nas estações, então está tudo bem tranquilo. Se houver algum funcionamento no Metrô, será em caráter de contingência, quando a empresa coloca servidores da chefia para operar os trens, o que coloca em risco a população.”

Avenidas Rebouças e Faria Lima, em São Paulo, vazias: capital sem congestionamento de veículos mostra alcance da greve para além dos transportes públicos. Foto RBA

Terminal Sacomã, na zona sul de São Paulo, segue paralisado. Foto RBA

Metrô e CPTM informam que não têm trabalhadores suficientes para operar nem em plano de contingência. Foto RBA

Em Mogi das Cruzes, região metropolitana da capital, o comércio no centro da cidade está fechado, enquanto entidades sindicais e movimentos sociais mantêm protestos em ruas do centro.

Outras capitais

No Rio, manifestantes trancaram a ponte Rio-Niterói. Belo Horizonte amanheceu sem metrô.

Ponte Rio-Niterói está bloqueada nos dois sentidos por manifestantes, no vão central. Foto Mídia NINJA

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) bloqueia a BR-259, na cidade de Governador Valadares-MG. Foto Mídia NINJA

Em Porto Alegre, foram realizados bloqueios na avenida Baltazar Oliveira Garcia, na zona norte; na Avenida Mauá, no centro; na Ponte do Guaíba, na BR-290; e na Bento Gonçalves, na zona leste.  Ônibus e trens não operam.

Em Santa Catarina, Blumenau e Florianópolis amanheceram sem ônibus. Motoristas e cobradores também pararam nas cidades paulistas de São José dos Campos, Jacareí, Bauru, Sorocaba, região do ABC e Guarulhos. O mesmo ocorre em Salvador, Recife, Fortaleza e Curitiba. Em Natal e Campo Grande, a paralisação do transporte público é parcial. João Pessoa está sem ônibus e trens e com avenidas fechadas, bloqueando acesso à região metropolitana.

Em São Luís, todas as garagens de ônibus estão ocupadas e não há circulação de nenhum transporte coletivo na cidade. A BR 135 foi bloqueada, o Porto do Itaqui, também ocupado. Bancos e comércio também estão paralisados.

Porto Itaqui, em São Luis-MA, amanheceu parado hoje. Foto Brasil de Fato

Os principais acessos a Curitiba estão bloqueados – BR-116 e BR-277 – e também a Avenida das Torres, que dá acesso ao aeroporto Afonso Pena. A capital paranaense está com 100% dos ônibus parados.

Trabalhadores de Sergipe fecham a ponte do Marcos Freire II, em Socorro, e a Avenida Heráclito Rollemberg, em Aracaju.

Portuários ocupam a Companhia Docas do Pará e trancam as ruas de acesso ao mercado Ver-o-peso, no centro de Belém.

Na região do centro comercial de Salvador-BA, todas as avenidas foram fechadas. Foto Brasil de Fato

Bloqueio da Alça Viária no Município de Marituba, região metropolitana de Belém-PA. Foto Brasil de Fato

Aeroportos

Mais de mil integrantes da Frente Povo Sem Medo fizeram trancamento da Rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto de Guarulhos (SP) no início da manhã. O aeroporto funciona com atrasos nas operações, mesma situação de Congonhas, na zona sul da capital paulista.

Manifestantes também bloquearam os acessos aos aos principais aeroportos Santos Dumont (Rio) e Juscelino Kubitschek (Brasília).

Frente Povo Sem Medo bloqueia acesso a aeroporto de Guarulhos, em SP. Foto RBA

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