A Ocupação Dulcina Vive luta pela revitalização e manutenção do espaço multicultural localizado no Conic, coração de Brasília, e que é alvo da cobiça e intolerância daqueles que deixaram este importante espaço em defesa da cultura se degradar.
A Mídia NINJA, como um corpo coletivo, tem se identificado e construído uma trajetória junto às diversas pessoas das artes cênicas, visuais e teatrais que vivem e respiram Dulcina de Moraes, uma mulher histórica símbolo de resistência na cultura de Brasília. Nesta construção, uma série de boas consequências se formaram e se consolidaram, resultando num processo orgânico de confiança.
Acúmulos e afetos são características comuns em ocupações, principalmente quando se trata de uma ocupação com uma diversidade de histórias como a Ocupação Dulcina Vive. A comunicação e sua caminhada se fazem essenciais nestes espaços e têm um papel importante – mostrar ao externo o interno, explícito e o abstrato numa lógica de diferentes narrativas, de diferentes viventes.
Sábado ensolarado, perfeito para olhares e sorrisos, foi o cenário que escolhemos para mostrar nossa caminhada e construção coletiva aos viventes da ocupação. Sentados em roda, no chão e à altura dos olhos, apresentamos nossa subversiva tecnologia de humanidades e vidas coletivas, algo não muito diferente do que vivem provisoriamente enquanto revolucionam o Complexo Cultural Dulcina de Moraes.
“Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação”, NINJA, Mídia, Mídia NINJA – palavras certeiras que aos ouvidos soaram bem, somadas ao trabalho coletivo, trouxe até brilho aos olhos, imagina?! Sim, olhos brilhantes e encantados que nos encantaram enquanto mostrávamos que o impossível sempre foi possível. O diálogo entre anseios e temores, permeado por uma imensa vontade de fazer a diferença em um mundo que não respeita o diferente, completou o cenário.
O resultado? A certeza de que só através do associativismo e da luta coletiva conseguiremos mudar o atual estado de coisas. O mundo tenta a todo custo colocar o indivíduo a frente do coletivo, fazendo uso de discursos que até podem soar bem aos ouvidos, mas que escondem a lógica perversa da exclusão em todas as suas formas. Querem nos falar como devem ser nossos corpos, quem devemos amar, a quais deuses adorar. Encarceram-nos numa lógica servil de trabalho que aprisiona todo o nosso potencial.
Mas não estamos sozinhos na jornada e a Ocupação Dulcina Vive é mais uma expressão da capacidade humana em transpor obstáculos e a reconhecer em outrem aquilo que carregamos em nós mesmos: a nossa natureza social que é capaz de transformar uma adversidade em mais um estímulo para seguirmos na busca de uma sociedade mais igualitária, tolerante e, principalmente, fraterna.
Dulcina Vive e com ela todo o seu legado em mostrar a capacidade das múltiplas, coloridas e poliamorosas expressões humanas! Celebremos a diversidade, a coletividade e nossa força que transforma a realidade.