Desde segunda-feira, atos em repúdio ao processo de impeachment contra a presidenta Dilma, crescia em todo o país. Movimentos sociais convocando por meio das redes sociais a presença de todas e todos a estarem nas ruas, ocupando o espaço público em forma de repudiar o golpe que estava de fato sendo consumado.
Texto enviado por Bianca Araujo via Facebook
A polícia militar repreendeu com abuso de poder, violência e bombas, as manifestações em todo país . Vitimando manifestantes, e profissionais da imprensa, como foi o caso da estudante Deborah, que perdeu o olho esquerdo , por conta dos estilhaços da bomba de efeito moral, que a PM atirou contra manifestantes na Rua Caio Prado, ou do jornalista Fernando Fernandes, sua boca foi acertada por uma bala de borracha.
Na sexta,o ato foi convocado pelo movimento das mulheres negras, para todas e todos comparecerem às 18 horas no Largo da Batata, São Paulo.
Em torno de mil manifestantes estavam presentes no ato, não só do movimento negro, mas de outras frentes também. Houve muita demora na negociação do trajeto a ser feito, mas até perto das 20:30 não haviam chegado a um consenso.
A manifestação estava cercada pela PM, que utilizava escudos para o futuro embate que poderia acontecer ali. Foi então, que manifestantes fizeram um cordão humano e marcharam de costas, enquanto o resto dos manifestantes marchavam sentido Vila Madalena.
Em poucos metros a frente, a manifestação ficou encurralada com a PM, a organização do ato resolveu recoar, temendo pela vida dos que estavam presentes, e um pequeno grupo resolveu seguir em frente, mesmo que seguir adiante significa entrar em embate com todo aparato policial.
Em alguns instantes depois, manifestantes saíram correndo em direção a Rua Cardeal Arcoverde, sentido Marginal Pinheiros. Chegando na Avenida Eusébio Matoso, alguns fazem barricadas de fogo na avenida.
Mas em seguida, a PM e todo o seu aparato vem atrás, soltando duas bombas no meio da avenida, com o trânsito bloqueado.
A manifestação se dispersa, e por mais de duas horas, o helicóptero da PM percorre toda a região da manifestação, dando a entender que estava a “captura” dos manifestantes.
Saldo da noite: quatro manifestantes são detidos em um ônibus e levados a delegacia da região, e um cinegrafista é atropelado na Marginal.
Os atos que acompanharam a semana são uma pequena prévia do grande ato desse domingo, que levará milhares e milhares de pessoas as ruas das principais capitais e cidades do país.