No dia 02 de setembro, acompanhamos a manifestação Black Bloc , convocada por um grupo de jovens estudantes e trabalhadores, pelo Facebook. A concentração se deu na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro… A temática foi de contundente denúncia ao golpe na Democracia, ameaça de perda de direitos e, obviamente, o FORA TEMER.
Por Valdir Silveira, Pressenza Rio
O efetivo policial da tropa de choque estava presente em número diferenciado em relação às manifestações anteriores. Ao que parece a palavra Black Bloc nas redes sociais fazem soar alarmes nos quartéis.
Mal começa o ato, ainda concentrado na Praça Cinelândia, a polícia logo começa a aproximar-se, expulsando os ambulantes que vendiam bebidas ali.
O ato tinha em torno de 100 pessoas. Tratava-se de um grupo pequeno, mas com uma vantagem importante: a agilidade. Percorreram várias ruas do Centro.
No percurso, tiveram momentos de tensão: num deles, o efetivo do Centro Presente (efetivo policial militar e civil fruto de uma parceria da Prefeitura e a Federação de Comércio), reprimiram um casal de artesãos. Os manifestantes perceberam a movimentação e se aproximaram, até que os artesãos fossem liberados pela polícia.
Em nenhum momento os manifestantes pareceram se intimidar com a presença ostensiva da polícia.
O ato se concluiu nos Arcos da Lapa com pequeno confronto com bombas de gás e uso de cassetetes, onde tiveram manifestantes feridos. Essa é a prática comum da tropa de choque nesses casos: eles decidem encerrar o ato usando confronto para dispersar. Confiram no video: https://www.youtube.com/watch?v=rlzDR-JrL74&feature=youtu.be
Ao que parece as manifestações seguirão com força.
Em outro ato que ocorreu mesma semana, foi falado que os manifestante deverão ir também para as periferias, onde a opinião pública é dominada pela grande mídia. Nesse ponto concordo, a grande mídia foi solidária ao Golpe, e seguirá sendo. Principalmente porque estamos em ano eleitoral.
A periferia precisa da influência desse olhar crítico para contrabalançar o massacre midiático dos grandes meios. E se conscientizar que vivemos num momento, onde a perda de direitos e benefícios já vem ocorrendo, e vai seguir nessa linha, sob o argumento da crise que na verdade é: “Disciplinar as pessoas para suportar o caos que eles mesmo produziram.”
As recentes ocupações das escolas públicas no Rio e são têm demonstrado que algo novo, protagonizado pelas novas gerações, já está ocorrendo nas periferias.