Por Adriana Pucci com a colaboração de Ricardo Makoto e Tokiko Izubuchi
O Partido Comunista Japonês realiza uma vez por ano uma festa que reúne ONGs , grupos ativistas e simpatizantes do Partido. O encontro foi realizado em uma praça, com barracas diversas, e dois palcos: em um deles foram promovidos debates e painéis com assuntos políticos e sociais atuais como: a questão nuclear, as reformas constitucionais que o governo atual promoveu, entre outros.
No palco das apresentações culturais chamou atenção a quantidade de apresentações de grupos organizados, muito comum na sociedade japonesa, como corais, danças típicas antigas, dança havaiana, e todos com muito entusiasmo e preparação.
Haviam muitas barracas de pequenas editoras e publicações independentes, por exemplo, em uma delas, se vendia livros sobre o 11 de setembro, A questão nuclear, a democratização da Costa Rica, todos com um olhar crítico dos fatos e com análises muitas vezes opostas à grande mídia.
Nas barracas de artesanato, se viam trabalhos com tecidos, madeira, chás artesanais, couros, tingimento, e dentre as comidas servidas o moti, feito com o método antiguíssimo do pilão, seguido por tempurá, udon, e os churrasquinhos diversos.
O clima geral era muito agradável e vivo, com as pessoas circulando entre as várias atividades e conversando bastante entre si, tanto ao redor das pequenas churrasqueiras, quanto nas barracas de palestras. Esse era justamente o objetivo da festa, segundo uma das organizadoras, é passar uma tarde agradável e ao mesmo tempo ter contato com todos os assuntos políticos e sociais.
O partido Comunista do Japão tem quase 100 anos de fundação, apesar de ter minoria no parlamento, sempre teve uma postura contrária á questão nuclear, desde os anos 50, e também contra as bases americanas que estão em sua grande maioria em Okinawa. Outro fato significativo é que o partido é o único que não aceita uma verba pública destinada aos partidos, sendo mantido pelos próprios simpatizantes.
Num país onde o neoliberalismo tem enorme força e a influência do modelo americano se faz tão presente, psicologicamente e fisicamente através das dezenas de bases militares a própria existência dessa corrente é a mostra a tendência do ser humano em resistir á uniformização, onde mesmo mesmo oprimido em pensamento único sempre busca saídas e respostas.