Estão abertas até 30 de abril as inscrições para a sétima edição do Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM), que vai acontecer entre os dias 7 e 10 de julho em São Paulo.
Com o lema “Migrantes construindo alternativas frente ao desordem e crise global do capital”, o evento volta ao Brasil, onde ocorreu a primeira edição (Porto Alegre, 2005). De acordo com a organização do Fórum, são esperados cerca de 5.000 participantes, sendo que a ideia da organização é que pelo menos 51% do público total seja composto por migrantes.
Embora o Fórum seja em São Paulo, ele tem como objetivo fortalecer políticas públicas migratórias tanto no Brasil quanto na América Latina e outras regiões do mundo. Ele busca ser um espaço plural e diversificado, não governamental e nem partidário, que se propõe a facilitar a articulação de forma descentralizada nas redes das entidades e movimentos com ações concretas, na escala local e internacional, melhorando assim as condições dos deslocados, tanto para refugiados e migrantes, quanto apátridas.
“Este evento é uma plataforma democrática de debates sobre os grandes problemas politico, econômicos e sociais do mundo, que tem uma consequência direta sobre o fenômeno das migrações no mundo inteiro e também no Brasil”, afirma o camaronês Matip Mahob Dieudonne, assessor de articulação política da Secretária Técnica do Fórum.
O Fórum deste ano vai debater as migrações no Brasil e no mundo por meio de cinco eixos temáticos:
1. A crise sistêmica do modelo capitalista e suas consequências para as migrações.
2. Resistências e alternativas desde os sujeitos migrantes.
3. Gênero e Corpo, Migração.
4. Direitos Humanos, moradia, trabalho digno, participação política e movimentos sociais.
5. Migração, os direitos da mãe natureza, o clima e as disputas Norte-Sul.
6. Direito à cidade, inclusão social e cidadania de migrantes.
Inscrições, doações e hospedagem
As inscrições podem ser feitas no site do Fórum e possuem duas modalidades distintas: individuais (para participantes em geral); e para atividades (destinadas a organizações que queiram promover algum tipo de ação durante o Fórum.
Na categoria “Individual”, que inclui também os migrantes que hoje residem em outros países, o valor da entrada é R$ 25, pago via PayPal. Para isso, é preciso acessar a seção Inscrição Participante e clicar na opção 1 (Participantes individuais em geral), que redireciona para a tela de cadastro. Caso o participante deseje, além do valor base (R$ 25), ele pode adicionar uma quantia maior, a título de doação – chamada no Fórum de inscrição solidária – para permitir a participação no evento de pessoas e grupos que não tenham recursos para pagar a taxa.
Já a categoria “Atividade” permite a participação de até 4 pessoas por instituição e os valores variam de R$ 200 a R$ 400, também pagos via PayPal. Em princípio, de acordo com a organização, serão aceitas todas as propostas que sejam viáveis e que esteja de acordo com os princípios do FSMM. Podem ser ações artístico-culturais, mesa redonda, minicurso, oficinas, rodas de conversa ou pequenos seminários.
O Fórum tem como meta que pelo menos 51% do público total seja composto por migrantes. Por isso, não-brasileiros residentes no Brasil, independente do status migratório, estão isentos da taxa de inscrição. O mesmo vale para associações compostas por imigrantes.
Maiores dúvidas sobre inscrições, gratuidades e possíveis exceções devem ser verificadas diretamente com a organização do Fórum por meio do e-mail contato@fsmm2016.org ou então neste link.
Quanto à hospedagem, ela deve ocorrer de três formas: solidária (oferecida por algum voluntário), comunitária (a ser oferecida pela Secretaria Técnica do Fórum e definida em breve) ou financiada por conta própria pelo participante, caso assim prefira.
Voluntariado
Além das inscrições convencionais, é possível trabalhar como voluntário na organização do Fórum e fazer parte de uma das seis comissões de trabalho existentes: Documentação, Mídia, Cultura, Programação, Finanças, Mobilização, ou ser colaborador só nos dias do evento. Também são procurados voluntários que possam ajudar na tradução de documentos e outros materiais, e que tenham bom domínio de espanhol e francês.
Para os dois casos, os interessados precisam enviar um e-mail para contato@fsmm2016.org solicitando a inclusão e o contato com os responsáveis pelas comissões ou traduções.
Lições de Joanesburgo
Depois de Porto Alegre (2005), o Fórum Social Mundial de Migrações ocorreu outras cinco vezes: Rivas-Vaciamadrid, Espanha (2006 e 2008); Quito, Equador (2010); Manila, Filipinas (2012); e Joanesburgo, África do Sul (2014). Esta última, inclusive, teve cobertura exclusiva do MigraMundo (veja aqui).
A última edição, aliás, enfrentou grandes dificuldades no processo de organização, devido ao cancelamento do apoio que tinha sido prometido pela Prefeitura de Joanesburgo às vésperas do evento, colocando sua realização em risco.
“A principal lição que tiramos de lá [da edição 2014] é a de um Fórum sem a implicação ou o apoio das autoridades da cidade. A prefeitura desistiu duas semanas antes do evento, anunciando que não o apoiaria mais. Isso prejudicou bastante os preparativos do Fórum”, completa Mahob.