Bogotá, 1 abr (Prensa Latina) O chefe da delegação do ELN nos diálogos com o Governo colombiano, Antonio García, assegurou que dentro de dois meses começarão no Equador as discussões sobre o primeiro ponto da agenda pactuada, resenhou hoje o diário El Tiempo.
Vamos conversar amanhã e passado com o Executivo sobre alguns temas operacionais, nesses encontros pensamos definir com precisão a data exata da reunião em Quito, primeiro anfitrião de tais diálogos (para terminar o conflito mediante uma saída acordada), acrescentou o porta-voz do Exército de Libertação Nacional (ELN).
Ao se referir à decisão de realizar também em outros países da região (Chile, Cuba, Brasil e Venezuela), García comentou que ainda que pareça mais complexo, será mais prático politicamente, pois o respaldo internacional será maior.
Não há uma só voz no movimento que não esteja de acordo com o que estamos fazendo, enfatizou o chefe guerrilheiro depois de ratificar o compromisso do ELN com a busca da paz.
Na última quarta-feira, de Caracas, representantes governamentais e desse grupo rebelde, segundo em importância na nação, anunciaram um acordo para iniciar diálogos públicos após uma fase exploratória e confidencial.
Adicionalmente, divulgaram a agenda das futuras reuniões, que estarão centradas na participação da população na construção de um cenário de distensão e em transformações democráticas e socioeconômicas.
Também incluem como tema central a satisfação dos direitos das vítimas deixadas pelo longo conflito, prolongado durante mais de meio século, e aspectos próprios do fim da guerra: cessar-fogo bilateral, desmobilização e garantias de segurança para os integrantes do referido grupo na etapa pós bélica, entre outros.
Há três meses fizemos um pleno em nossas fileiras e todo mundo esteve de acordo com esta agenda que estamos discutindo, manifestou García em declarações ao jornal de circulação nacional.
O Governo esclareceu que assim como o processo desenvolvido em Cuba com as também insurgentes FARC-EP, os debates com o ELN começarão em meio a confrontos militares.
No entanto, os dirigentes dessa última organização são partidários de alcançar um cessar de hostilidades de ambos lados a fim de propiciar o clima adequado para os diálogos.
De acordo com cifras oficiais, o conflito ocasionou a morte de 300 mil pessoas, mais de seis milhões permanecem deslocadas de seus lugares de origem e 45 mil estão desaparecidas.
As reuniões com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) já duram três anos e avançam para o que pode ser sua etapa final, não isentas de controversas análises.