por Ricardo Targino, da Mídia NINJA, em Jornalistas Livres
Milhares de mulheres ocuparam o centro do Rio de Janeiro contra Eduardo Cunha e todos os retrocessos que ele representa. Diante do cenário de crise institucional e política em que está submergido o país vem prosperando o atraso, neste que é o pior Congresso já eleito em nossa história.
As mulheres tomaram a rua para dizer que não aceitaremos nenhum passo atrás. Elas são mães de família, estudantes, artistas, trabalhadoras, putas, vadias e lindas. Milhares de brasileiras que não fingem ser santas e ousam desafiar o conservadorismo que paira sobre a vida institucional do país para afirmar o direito a decidir sobre o próprio corpo. Mulheres que decretam guerra diária ao machismo. Mulheres que sabem que a mudança começa em nós e nossas casas. Mulheres que não se calaram e insistem no caminho de mais conquistas.
Mais do que nunca, a humanidade busca saídas criativas para a crise civilizatória que ameaça a vida no planeta neste começo de século. Mais do que nunca o Brasil pode colaborar com o mundo. Somos o remix de todas as humanidades que há e podemos desenvolver aqui as tecnologias sociais da civilização futuro. Para isto, mais do nunca, quanto mais democracia melhor.
A criatividade feminina coloriu as ruas em defesa da vida das mulheres, contra a violência de gênero, o racismo, o machismo e a homofobia. A pílula fica, o Cunha sai. Foi este o recado que se ouviu no Rio. Diante da ruína do patriarcado, do desmoronamento deste ordenamento econômico, do colapso ambiental que ameaça a própria vida, na urgência de uma verdadeira reforma política que seja capaz de ampliar a participação cidadã e agregar qualidade à democracia, as mulheres se dispõem a ajudar o Brasil a reencontrar o rumo. É delas o século XXI!